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Sobreiros passam a dar cortiça aos 8 anos em vez de 25

O sobreiro demora 25 anos a dar a primeira cortiça, mas o recurso à irrigação da Árvore Nacional de Portugal vai permitir encurtar o prazo para menos de 10 anos. Os industriais rejubilam e garantem que os ciclos de produção de sobreiros devem reduzir-se já no próximo ano.

O recurso à irrigação vai ajudar a reduzir o prazo inicial dos habituais 25 anos para oito a dez anos para a primeira extracção de cortiça.
27 de Dezembro de 2016 às 13:34
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Foi sempre assim: o sobreiro demora 25 anos até à primeira extracção de cortiça, levando cerca de 43, após mais dois descortiçamentos, de nove em nove anos, para dar cortiça com qualidade para fazer rolhas.

Mas há uma revolução em curso com a irrigação da Árvore Nacional de Portugal: experiências realizadas no Alentejo com sobreiros irrigados conseguiram tirar cortiça ao final de oito anos, o que leva a Associação Portuguesa da Cortiça (Apcor) a anunciar que "os ciclos de produção nacional de sobreiros devem reduzir-se já em 2017".

Na semana em que se comemora o 5.º aniversário da consagração do sobreiro como símbolo nacional, a Apcor "define como grande desafio do sector, nos próximos cinco anos, uma mudança do ponto de vista da floresta, onde se espera que haja uma maior proximidade entre indústria e produtores para que, com novas técnicas, hajam ciclos de produção mais curtos e mais sobreiros por hectare".

Em comunicado, a associação dos industriais do sector avança que "as novas técnicas florestais de fertilização e irrigação vão ajudar a encurtar o prazo inicial dos habituais 25 anos para a primeira extracção de cortiça, podendo reduzir este período para oito a dez anos".

A propósito, a Corticeira Amorim assinou um protocolo com uma dezena de produtores de cortiça para a plantação, ainda este ano, de 500 hectares de montado de regadio, num investimento suportado pela líder mundial do sector.

"A separação entre a floresta e a indústria é, cada vez mais, reduzida. Temos vindo a assistir uma relação contínua e plurianual, com a indústria a intensificar a investigação e a inovação nas práticas florestais.", afirma João Rui Ferreira, presidente da Apcor.

Portugal tem a maior mancha de montado de sobro do mundo, sendo que 23% da área florestal nacional é representada por sobreiros, "o que contribui para a luta contra a desertificação social e para a diversificação da biodiversidade".

O nosso país é também líder mundial na transformação de cortiça, com uma quota próxima dos 70%, devendo fechar o ano com um valor recorde de exportações – mais de 950 milhões de euros.

Sediada no coração mundial da indústria da cortiça, em Santa Maria da Feira, a Apcor representa actualmente 270 empresas - responsáveis por 80% do volume total de negócios do sector e 85% das exportações portuguesas de cortiça.

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