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Só 8% dos empresários alemães considera Portugal atractivo

Apenas 8% das empresas alemãs considera que Portugal é atractivo para investir, devido à localização, dimensão e custo de transporte para a Alemanha, conclui-se num estudo da Roland Berger para a Câmara de Comércio e Indústria Luso-Alemã.

Thomas Peter/Reuters
14 de Setembro de 2013 às 11:13
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De acordo com o estudo, que se baseia num inquérito feito a cerca de 150 empresas alemãs, "os principais factores para a baixa atratividade são a localização, a dimensão do mercado e o custo de transporte para a Alemanha", mas os que já cá estão querem manter ou aumentar o nível de investimento.

 

O documento, apresentado à direção da Câmara em junho deste ano, "e cujas conclusões se mantêm atuais", de acordo com o presidente da CCILA, explica que o principal problema enfrentado por Portugal é o fraco conhecimento que as empresas alemãs têm das condições de mercado em Portugal, o que é particularmente negativo porque "as empresas que se estabeleceram em Portugal têm uma opinião positiva e até pretendem aumentar o envolvimento com o país", assegura o presidente da CCILA, Bernardo Meyrelles, em declarações à Lusa.

 

Ao longo de quase 80 páginas, o estudo da Roland Berger identifica os principais constrangimentos na captação de investimento alemão, lembra que as exportações para aquele país são praticamente residuais, ao contrário das importações - a Alemanha é um dos principais parceiros comerciais de Portugal - e conclui que "o crescimento das exportações para a Alemanha depende da captação do Investimento Direto Estrangeiro (IDE) alemão e do desenvolvimento de 'clusters' setoriais em Portugal, com as associações empresariais a assumirem um papel fundamental na implementação de propostas de valor sectoriais".

 

Assim, a nova abordagem na captação de IDE alemão deverá basear-se, argumenta o estudo, em estratégias pessoais direcionadas a potenciais investidores, suportadas em exemplos de negócio específicos, desenvolvidas em parceria com especialistas e com um forte envolvimento do setor privado.

 

"Devido à concorrência da Ásia, África, América do Sul e dos países do leste europeu, já não chega fazer uma comunicação genérica, tem de haver uma promoção muito cuidada e estrategicamente diferenciada, e isso ainda não estamos a fazer, por isso não há um aumento da notoriedade e da aceitação e do reconhecimento das vantagens de Portugal por parte dos empresários alemães que ainda não têm negócios em Portugal", sintentiza Bernardo Meyrelles.

 

Entre 2011 e 2013, as empresas alemãs em Portugal, de acordo com o estudo da Roland Berger, investiram 330 milhões de euros em projetos acompanhados pela Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), destacando-se a Continental Mabor, que investiu 141 milhões, que representam 43% do total, numa lista onde também aparecem no pódio a Mitsubishi Fuso, com 36,7 milhões, e a Preh Portugal, com 26 milhões de euros.

 

Apesar da crise económica, as empresas alemãs com presença em Portugal, "cerca de metade das empresas alemãs em Portugal pensa em manter o nível de investimento entre 2012 e 2015, e mais de 30% das empresas considera aumentar o seu investimento em Portugal em 2014-2015", conclui o estudo, com base nos inquéritos feitos no verão do ano passado.

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