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Sindicatos de terra da TAP adiam greve; conflito mantém-se

Os sindicatos dos trabalhadores de terra da TAP-Air Portugal vão anunciar hoje o adiamento da greve que foi convocada na semana passada, apesar de manter o conflito com a administração da transportadora, disse Luísa Ramos, porta-voz do SITAVA, ao Negocios

19 de Setembro de 2001 às 16:47
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Os sindicatos dos trabalhadores de terra da TAP-Air Portugal vão anunciar hoje o adiamento da greve que foi convocada na semana passada, apesar de manter o conflito com a administração da transportadora, disse Luísa Ramos, porta-voz do SITAVA, ao Negocios.pt.

«Vai ser adiada a data da greve mas esta não vai ser retirada», adiantou Luísa Ramos, do Sindicato dos Trabalhadores de Aviação e Aeroportos (SITAVA), um dos 11 sindicatos dos trabalhadores de terra da TAP, em declarações ao Negocios.pt.

A mesma fonte sublinhou que «as razões que levaram ao conflito mantêm-se todas», referindo que os motivos que levaram os trabalhadores da companhia aérea a avançarem com um pré-aviso de greve na terça-feira da semana passada «são justos».

Aquele sindicato reclama a reposição do poder de compra perdido com a subida da inflação acima dos aumentos salariais deste ano, refutando a «exigência» de aumentos salariais em si mesmos.

No entanto, a porta-voz do SITAVA referiu que «há um conjunto de coisas que têm de ser explicadas perante a opinião pública», relativamente ao impacto dos recentes ataques terroristas contra os Estados Unidos (EUA) no sector da aviação civil e particularmente na TAP, justificando dessa forma a decisão de adiar a greve.

«Vamos adiar (a greve) para termos mais tempo e serenidade para explicar o que é que nos faz recorrer à greve, que é uma forma de luta de que nós, obviamente, não gostamos», salientou a mesma fonte.

TAP faz «aproveitamento» de atentados nos EUA

A porta-voz do mesmo sindicato referiu que «as grandes penalizadas com o que aconteceu são as companhias aéreas norte-americanas», considerando que a TAP está a fazer um «aproveitamento que não ajuda», dos atentados ocorridos na semana passada.

A administração da TAP colocou esta semana em prática um plano de contenção de custos, de forma a enfrentar os «desafios» que serão colocados nos próximos meses, em consequência dos ataques terroristas que ocorreram nos EUA, segundo uma nota interna da empresa, a que o Negocios.pt teve acesso.

Na quarta-feira da semana passada, a TAP suspendeu todas as negociações com os Sindicatos de Pessoal de Terra, depois da apresentação do pré-aviso de greve, sublinhando que não iria «ceder a uma lógica suicida», segundo um comunicado assinado pelo administrador-delegado da transportadora, Fernando Pinto.

A porta-voz do SITAVA defendeu que «há um grande conjunto de preconceitos contra os trabalhadores de terra da TAP», referindo que «não é legítimo dizer que são os trabalhadores os causadores da tensão social».

Administração da TAP «desrespeita lei da greve»

«A administração da TAP, nomeadamente Fernando Pinto, tem coisas muito negativas», disse a responsável do SITAVA, considerando que o administrador-delegado da transportadora recorre à «chantagem» face aos sindicatops.

«A resposta de Fernando Pinto é sempre a mesma (…). Ao não aceitar negociar no período de pré-aviso de greve, que é de 10 dias, demonstra um completo desrespeito pela lei da greve e pelos trabalhadores» da transportadora.

A mesma fonte sublinhou que, se a administração da empresa «não aceitar rapidamente esta manifestação de sensibilidade» por parte dos sindicatos, os mesmos terão de discutir uma nova data para voltar à greve.

Os 11 sindicatos de terra a da TAP vão exprimir a sua posição conjunta esta tarde, numa conferência marcada para as 17h00, a sede do SITAVA.

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