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Siemens mantém interesse na Alstom apesar de ter visto oferta rejeitada
O presidente da Siemens, Joe Kaeser, afirmou que mantém abertas as negociações com a francesa Alstom, apesar de os franceses terem rejeitado a oferta do grupo alemão e escolhido a proposta de aliança oferecida pela norte-americana General Electric (GE).
"Estamos sempre prontos a conversar. As portas estão abertas para a Alstom e para o governo francês", vincou o responsável num excerto de uma entrevista ao jornal alemão Bild, que será publicada na íntegra na segunda-feira.
Sobre a aliança entre franceses e norte-americanos, Joe Kaeser salientou que "ainda não está concluída", sublinhando que "o trabalho começa agora para a GE, a Alstom e o governo francês".
O gestor frisou que "a complexidade dos contratos exigirá meses de trabalho" e que, depois de concluída esta fase, será a vez das autoridades de concorrência analisarem o negócio.
"Só então é que a GE e a Alstom vão construir as suas parcerias e vai demorar muito tempo até encontrarem o rumo certo", afirmou o líder do grupo alemão, segundo a agência de notícias francesa (AFP).
O conselho de administração do grupo industrial francês Alstom aprovou no sábado por unanimidade a oferta de compra da sua unidade de energia apresentada pela gigante norte-americana General Electric (GE).
Esta decisão surgiu um dia depois de o governo francês ter revelado que apoiava a proposta de 12,35 mil milhões de euros apresentada pela GE, ainda que surpreendendo o mercado ao anunciar que pretende ficar com uma participação qualificada de 20% na Alstom, de forma a manter o controlo da companhia e preservar os interesses estratégicos franceses na sua jóia industrial.
O plano do governo francês é adquirir dois terços das acções actualmente detidas por outro grupo francês, o Bouygues. Este anúncio levou a que continuem a decorrer entre as partes envolvidas negociações sobre o preço final do negócio, segundo avançou a agência de notícias francesa (AFP).
O ministro da Economia francês, Arnaud Montebourg, anunciou na sexta-feira que enviou uma carta ao líder da GE, Jeff Immelt, estipulando os termos da aliança, que privilegia a oferta do grupo norte-americano relativamente aos dois outros rivais que pretendiam adquirir a parte dedicada à área energética da Alstom, nomeadamente, a alemã Siemens e a japonesa Mitsubisho Heavy Industries.
O primeiro-ministro francês já tinha saudado a proposta da GE, que inclui a possibilidade de veto governamental no que toca às questões sensíveis ligadas à tecnologia da energia nuclear.