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Setor dos lacticínios alerta para risco de falência se preços não forem atualizados

ANIL fala num "grande desespero" face à impossibilidade de conseguir repercutir os elevados aumentos dos custos dos fatores de produção nos preços de venda, num apelo dirigido às cadeias da grande distribuição.

Reuters
07 de Abril de 2022 às 13:19
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A Associação Nacional dos Industriais de Lacticínios (ANIL) lançou um apelo às cadeias da grande distribuição, alertando para o potencial risco de falências no setor, caso os elevados aumentos de custos, desde as matérias-primas às embalagens até à energia, não sejam refletidos nos preços de venda ao consumidor.

Em comunicado, enviado esta quinta-feira às redações, a ANIL diz que a indústria vive uma situação de "grande desespero" e adverte que "a não transmissão dos aumentos de custos ao longo da cadeia não é sustentável".

"A curto prazo levará ou à falência de muitas empresas, com as evidentes consequências sociais para os seus trabalhadores e com real impacto no abastecimento de lacticínios nacionais ao mercado ou ao retrocesso dos aumentos do preço do leite já realizado aos produtores, com consequências obviamente nefastas ao nível da produção de leite e à sobrevivência dos próprios produtores", adverte.


A falta de atualização dos preços "denota uma total falta de respeito pelos esforços que a indústria está a fazer para manter a produção e a atividade da fileira do leite em Portugal", lamenta a ANIL, dando conta de que, de um modo geral, no continente, desde outubro de 2021, "foram feitos aumentos de preço de aquisição de leite aos produtores, que totalizam já 9,5 cêntimos por litro, o que representa um aumento superior a 30%". 

"As cadeias de distribuição, nomeadamente a cadeia Lidl, não podem continuar a assistir passivamente ao previsto desaparecimento da produção nacional, não acompanhando o esforço já suportado pela indústria do aumento dos custos de produção", diz a ANIL, defendendo que estas devem "assumir as suas responsabilidades enquanto atores últimos da fileira" e, portanto, "ter que considerar a absoluta necessidade de subida de preços, particularmente ao nível das marcas de distribuição, traduzindo-o em valor aceitável pelo consumidor".

 

"Não modificar de imediato esta política de desvalorização dos produtos lácteos, deixará a indústria de lacticínios nacional sem capacidade de fazer face aos seus compromissos de abastecimento do mercado nacional", adverte.

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