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Serviços de limpeza de terrenos sem mão-de-obra e mais caros com país em risco máximo de incêndio

Custo de limpeza de terrenos aumentou 30 euros e falta de profissionais deixa um terço dos pedidos sem resposta, segundo a app de contratação de serviços Fixando.

A lei dá até 15 de março para os proprietários fazerem a limpeza.
Carlos Barroso
13 de Julho de 2022 às 13:08
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Numa altura em que Portugal se encontra em risco máximo de incêndio, os serviços de limpeza de terrenos não só estão mais caros como carecem de profissionais para responder a todas as solicitações, alerta a plataforma de contratação de serviços Fixando.

A média de preços praticados pelos especialistas em limpeza de terrenos e matas subiu de 329 euros por serviço, em 2021 para 360 euros, refletindo um aumento de 9,4%, indica a aplicação, com base numa análise feita a mais de 4.735 pedidos realizados na sua plataforma durante este ano.

Em comunicado, enviado esta quarta-feira às redações, a empresa assinala que este não é, porém, o único problema, com os proprietários de terrenos a depararem-se também com dificuldades em avançar com a limpeza de terrenos por causa da escassez de pessoal.

"Ainda que a pandemia tenha provocado uma evidente descida de preços, a recuperação do setor é clara e temos assistido a um aumento progressivo do preço por serviço, com tendência a continuar, por um lado, devido à inflação, por outro, devido à falta de mão-de-obra qualificada que torna o mercado mais competitivo e permite um ajuste de preços em função da procura", comenta a diretora de Novos Negócios da Fixando, Alice Nunes, citada na mesma nota.

Com efeito, entre abril e junho, os especialistas inscritos na Fixando apenas conseguiram dar resposta a sensivelmente 68% dos pedidos realizados, com as maiores disparidades entre a procura e a oferta a serem identificados nos distritos do interior.

Um cenário que - adverte a app - vai potencialmente agudizar-se, podendo a percentagem de solicitações por atender atingir "os 50%" nos próximos meses, e que arrisca, aliás, prolongar-se ainda mais no tempo. "É uma situação que poderá agravar-se em 2023, caso não exista uma inversão deste paradigma", assinala, chamando a atenção que tal "poderá pôr em causa a limpeza de muitos terrenos, uma vez que os orçamentos das famílias são cada vez mais limitados".

Com efeito, de acordo com um inquérito conduzido em agosto de 2021 pela Fixando, a falta de rendimentos dos proprietários era responsável por 21% dos terrenos que ficam por limpar. Além disso, anualmente, quatro em cada dez portugueses não conseguem encontrar especialistas disponíveis para limpar os seus terrenos, com a oferta ainda mais limitada em fases de maior procura.

E, como alertou então a app, "a verificar-se a tendência, poderá aumentar, não só o número de incêndios, como o número de multas para os proprietários".

Com efeito, segundo dados do Ministério da Administração Interna avançados esta semana, este ano já foram realizadas cerca de 11 mil notificações, que deram origem a mais de 800 contraordenações a proprietários que não cumpriram com a limpeza dos seus terrenos, sinaliza a plataforma de contratação de serviços locais que entrou no mercado nacional em 2017.

 

 

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