A bomba do investimento em selos rebentou no dia 9 de Maio de 2006. Faz hoje um ano. E nada se decidiu. Os investidores ainda não receberam o seu dinheiro e as firmas acusadas, caso da Afinsa e do Fórum Filatélico, aguardam instruções.

Juan Cano Cuevas, ex-presidente da Afinsa, vai impugnar o relatório da administração judicial espanhola por considerá-lo "ridículo" e "vergonhoso", pelo valor que atribui aos selos detidos pela empresa.

O relatório afirma que os 150 milhões de selos valem 480 milhões de euros. O que representa um valor unitário de 1,65 euros. Juan Cuevas Cano refere que só os selos comprados entre 2003 e 2006 pela Escala Group, filial da Afinsa nos Estados Unidos, foram avaliados em 417 milhões de euros pela auditora Kirkland and Ellis.

Pedro Vaz Pereira, presidente da Federação Portuguesa de Filatelia também discorda desta avaliação. "É um valor muito abaixo", afiança. Mas o que verdadeiramente preocupa este especialista é a decisão que pode vir a ser tomada em Espanha. "Se colocarem o "stock" de selos no mercado, que representa uma oferta de milhões de séries, a cotação dos selos passa a ser zero.