O Porto vai avançar com uma nova emissão de dívida que será colocada junto de investidores de retalho. “O empréstimo tem uma duração de dois anos e cinco meses, sendo o reembolso efectuado ao valor nominal, de uma só vez, em 21 de Maio de 2015”, diz a SAD no prospecto enviado à CMVM.

“A taxa de juro dos cupões é fixa e igual a 8,25% ao ano”, revela o mesmo documento. Esta taxa bruta (à qual têm de ser deduzidos os impostos, mas também as comissões cobradas pelos bancos), compara com a de 6% do empréstimo realizado em 2009, que atinge a maturidade no próximo mês. Contudo, fica ligeiramente acima dos 8% pagos numa emissão realizada em 2011.

Nos últimos meses têm sido realizadas, por algumas das cotadas do PSI-20, operações de financiamento idênticas, ou seja, recorrendo a investidores de retalho, tendo-se verificado em todas uma forte procura. A Sonae, através do Continente, ofereceu aos investidores a taxa mais elevada: 7%.

Período de subscrição arranca dia 26

A SAD vai disponibilizar cinco milhões de obrigações, cada uma a um preço de cinco euros, sendo que estas poderão ser subscritas “entre o dia 26 de Novembro e 18 de Dezembro”, refere a SAD do Porto no prospecto. Resultados serão conhecidos dentro de pouco mais de um mês.

“A aceitação da presente oferta, por parte dos seus destinatários, deverá manifestar-se junto dos membros do sindicato de colocação (ActivoBank, Best Bank, BES, BES Açores, Espírito Santo Investment Bank, Millennium BCP, Banco BPI, BPI, CaixaBI e CGD) ou de outros intermediários financeiros legalmente habilitados, mediante a transmissão de ordem de subscrição”, diz o FCP.

Os resultados da oferta bem como o eventual rateio “serão processados e apurados pela Euronext, sendo publicados no dia 19 de Dezembro de 2012”. Ou seja, dentro de pouco mais de um mês. A liquidação financeira acontece a 21 de Dezembro, sendo os juros pagos semestralmente a partir desta data.

Financiamento para consolidar o passivo

Esta operação tem como objectivo o reembolso do empréstimo obrigacionista realizado em 2009, que atinge a maturidade em Dezembro. Mas a SAD defende a emissão também com a necessidade de consolidar o passivo, permitindo o empréstimo um prazo mais dilatado para o fazer.

A emissão “destina-se ao financiamento da actividade corrente, permitindo ainda à Sociedade consolidar passivo num prazo mais alargado, através do refinanciamento, junto dos seus bancos de apoio, de operações que se irão vencer num futuro próximo, nomeadamente o reembolso do empréstimo obrigacionista ‘FC Porto SAD 2009-2012’”, diz a SAD.