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Revolut opta por trabalho flexível e subaluga edifício em Matosinhos

O banco digital Revolut, que abriu em março de 2020 a segunda maior unidade da Europa numa antiga fábrica de Matosinhos, avançou hoje que vai subalugar o espaço devido à política de trabalho flexível motivada pela pandemia.

D.R.
02 de Fevereiro de 2021 às 18:09
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"Estamos em processo de identificação de um parceiro que tenha interesse em subalugar o nosso espaço em Matosinhos e, caso isso aconteça, iremos procurar no mercado um espaçona região do Porto mais adequado a esta nova estratégia, que é muito mais focada em colaboração e trabalho em equipa", confirmou ao Negócios fonte oficial da Revolut, depois da notícia avançada pela Lusa de que o banco digital Revolut, que abriu em março de 2020 a segunda maior unidade da Europa numa antiga fábrica de Matosinhos, pretende avançar com uma nova política permanente de trabalho flexível.

Questionada sobre se a nova política de privilegiar o trabalho a partir de casa iria implicar despedimentos ou menos investimento futuro, a mesma fonte da Revolut garantiu que as mudanças de registo laboral não iam implicar desinvestimento nenhum, nem eliminação de postos de trabalho, realçando que continua a previsão de empregar até 470 pessoas.

"Esta decisão não terá impacto no nosso investimento no país ou na contratação dos melhores talentos nacionais. Temos mais de 100 funcionários em Portugal e estamos, neste momento, a contratar para 36 vagas. Temos muita expectativa com o lançamento do nosso modelo RevLabs, em Portugal. Queremos que aconteça muito em breve e que seja mais uma forma de reter e cativar talento", disse fonte oficial.

Com as alterações da política de trabalho, a Revolut já não terá, contudo, a necessidade de contratar maioritariamente pessoas na região contígua ao Grande Porto e Matosinhos, porque já não há a necessidade da função ser exercida associada a um escritório.

Segundo a Revolut, esta foi a "resposta às mudanças no local de trabalho - impostas pela pandemia covid-19 -, alinhada com os pedidos dos nossos colaboradores para a implementação de uma modalidade de trabalho mais flexível".

No caso de Matosinhos, a Revolut pretende "encontrar um espaço na região [do Porto]", já que o espaço, inaugurado a 19 de março de 2020, perante esta nova realidade, tornou-se desadequado.

A Revolut, a plataforma financeira global com mais de 13 milhões de clientes, anunciou esta semana que vai iniciar, de forma permanente, uma mudança para o trabalho flexível - uma política suportada por uma nova estratégia que será aplicada aos seus escritórios, transformando-os em RevLab.

Ou seja, em laboratórios Revolut de menor dimensão e adaptados a espaços de colaboração ou reuniões para discutir ideias e que ocupam menos do que espaços que tenham de garantir uma secretária para cada colaborador.

Os novos laboratórios Revolut terão cerca de 70% do seu espaço dedicado ao trabalho colaborativo e de equipa, em linha com o feedback dos colaboradores.

Um inquérito da Revolut feito aos seus funcionários indica que 98% dos inquiridos considerou que foi uma boa experiência o trabalho remoto e 90% dos líderes de equipas asseguraram que a performance não foi afetada.

O inquérito revelou também que 65% dos colaboradores assumiram que desejam ter liberdade para ir ao escritório quando quisessem e, por isso, a empresa procurou criar um modelo que oferece um "bom ambiente de colaboração, enquanto apoia os funcionários que desejam trabalhar a partir de casa".

A 'fintech' Revolut, por aliar áreas financeiras e tecnológicas, foi criada em 2015 por Nik Storonsky, ex-funcionário do Credit Suisse (2008-2013) e da Lehman Brothers (2006-2008), e por Vlad Yatsenko (ex-funcionário no Deutsche Bank e UBS Investment Bank).

Originária do Reino Unido e considerada "unicórnio" ('start-up' tecnológica avaliada em mais de mil milhões de dólares), a empresa tinha escolhido o edifício da litográfica Amorim & Amorim, uma antiga fábrica de latas de conservas de sardinha localizada no número 612 da Avenida Menéres, em Matosinhos, como o seu novo quartel general, tendo lá investido mais de 4 milhões de dólares.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.237.990 mortos resultantes de mais de 103,3 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.


(Notícia atualizada com a confirmação ao Negócios da informação)
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