Notícia
Revolut fala com SIBS há quase um ano para aceder ao "difícil" Multibanco
O presidente executivo (CEO) e cofundador da empresa de pagamentos eletrónicos Revolut, Nikolay Storonsky, disse hoje à Lusa que a empresa continua a trabalhar com a SIBS para ter acesso à rede Multibanco.
04 de Dezembro de 2020 às 16:46
"Sim, é muito difícil ter acesso à rede de pagamentos local [Multibanco, da SIBS]. Ainda estamos a trabalhar para ter acesso a ela", disse Nikolay Storonsky em entrevista dada à Lusa por meios telemáticos, quando questionado sobre o acesso à rede interbancária nacional.
O executivo da empresa de serviços financeiros eletrónicos acrescentou que "as conversas decorrem há quase um ano", esperando resolver o assunto "brevemente", uma vez que segundo o responsável a falta de acesso à rede da SIBS coloca a Revolut "em desvantagem comparando com os bancos locais".
"Mesmo sem acesso à rede local, somos a 'fintech' [empresa tecnológica financeira] número um em Portugal e temos mais de 600 mil clientes aí, o que é [um número] bastante grande", acrescentou Nikolay Storonsky.
A Revolut, que tem um centro de trabalho em Matosinhos, no distrito do Porto, "continua a contratar à medida que o negócio cresce", disse o responsável da empresa à Lusa.
Questionado acerca das perspetivas para este ano depois dos prejuízos de 118,2 milhões de euros em 2019, o empresário manifestou otimismo, mesmo num ano marcado pela pandemia de covid-19.
"Estamos muito melhores comparando com o ano passado, em termos de receitas", disse 'Nik' Storonsky, salientando que em novembro a empresa "deu lucro", numa base de "mês a mês", estando "muito melhor nas margens brutas".
O executivo criticou ainda a perceção de que as 'fintech' não são reguladas, uma vez que no seu entendimento "sabem que têm de obedecer às mesmas regras que os bancos" a partir do momento em que têm licenças.
Sobre este assunto, o empresário nascido na Rússia e com nacionalidade britânica revelou que os clientes portugueses da Revolut vão continuar, "por agora", sob a alçada bancária da Lituânia, onde a empresa tem licença para operar dinheiro eletrónico.
Além de licença no país báltico, a Revolut terá uma licença irlandesa - jurisdição para a qual poderão migrar alguns países no futuro, disse - e outra no Reino Unido, algo influenciado pela saída britânica da União Europeia ('Brexit'), situação para a qual Storonsky assegura que a Revolut "está completamente preparada", sem causar impacto nos clientes.
Nikolay Storonsky afirmou ainda que em 2021 "é completamente fazível" que a Revolut possa permitir aos seus clientes "levantar criptomoedas das suas contas".
A Lusa questionou ainda o executivo acerca das práticas laborais da empresa, dado que durante o ano surgiram relatos de alegadas irregularidades, tendo um artigo do jornal 'online' Observador exposto relatos de alguns ex-funcionários da empresa, em Matosinhos, abordando, entre outras, situações de desgaste psicológico severo.
Questionado pela Lusa acerca do tema, Nikolay Storonsky, que já reconheceu a necessidade de melhorar as práticas laborais da empresa, disse que os objetivos que os empregados devem atingir "são realistas e a maioria absoluta" dos funcionários "é capaz" de os atingir.
O responsável reconheceu, no entanto, que dada a necessidade da empresa se mover "mais rápido que os bancos", isso pode colocar "um pouco de pressão extra sobre as pessoas".
Nikolay Storonsky disse ainda que a Revolut nunca recebeu nenhuma entidade de inspeção de condições de trabalho, e que as situações são investigadas internamente pelo departamento de pessoal, que "toma medidas" caso seja necessário.
"Nós abordamos, aprendemos e mudamos", disse 'Nik' Storonsky à Lusa, acrescentando que "num ambiente de crescimento rápido, as empresas e as pessoas cometem erros, mas logo que tenham 'feedback' sobre os erros, as pessoas mudam".
O executivo da empresa de serviços financeiros eletrónicos acrescentou que "as conversas decorrem há quase um ano", esperando resolver o assunto "brevemente", uma vez que segundo o responsável a falta de acesso à rede da SIBS coloca a Revolut "em desvantagem comparando com os bancos locais".
A Revolut, que tem um centro de trabalho em Matosinhos, no distrito do Porto, "continua a contratar à medida que o negócio cresce", disse o responsável da empresa à Lusa.
Questionado acerca das perspetivas para este ano depois dos prejuízos de 118,2 milhões de euros em 2019, o empresário manifestou otimismo, mesmo num ano marcado pela pandemia de covid-19.
"Estamos muito melhores comparando com o ano passado, em termos de receitas", disse 'Nik' Storonsky, salientando que em novembro a empresa "deu lucro", numa base de "mês a mês", estando "muito melhor nas margens brutas".
O executivo criticou ainda a perceção de que as 'fintech' não são reguladas, uma vez que no seu entendimento "sabem que têm de obedecer às mesmas regras que os bancos" a partir do momento em que têm licenças.
Sobre este assunto, o empresário nascido na Rússia e com nacionalidade britânica revelou que os clientes portugueses da Revolut vão continuar, "por agora", sob a alçada bancária da Lituânia, onde a empresa tem licença para operar dinheiro eletrónico.
Além de licença no país báltico, a Revolut terá uma licença irlandesa - jurisdição para a qual poderão migrar alguns países no futuro, disse - e outra no Reino Unido, algo influenciado pela saída britânica da União Europeia ('Brexit'), situação para a qual Storonsky assegura que a Revolut "está completamente preparada", sem causar impacto nos clientes.
Nikolay Storonsky afirmou ainda que em 2021 "é completamente fazível" que a Revolut possa permitir aos seus clientes "levantar criptomoedas das suas contas".
A Lusa questionou ainda o executivo acerca das práticas laborais da empresa, dado que durante o ano surgiram relatos de alegadas irregularidades, tendo um artigo do jornal 'online' Observador exposto relatos de alguns ex-funcionários da empresa, em Matosinhos, abordando, entre outras, situações de desgaste psicológico severo.
Questionado pela Lusa acerca do tema, Nikolay Storonsky, que já reconheceu a necessidade de melhorar as práticas laborais da empresa, disse que os objetivos que os empregados devem atingir "são realistas e a maioria absoluta" dos funcionários "é capaz" de os atingir.
O responsável reconheceu, no entanto, que dada a necessidade da empresa se mover "mais rápido que os bancos", isso pode colocar "um pouco de pressão extra sobre as pessoas".
Nikolay Storonsky disse ainda que a Revolut nunca recebeu nenhuma entidade de inspeção de condições de trabalho, e que as situações são investigadas internamente pelo departamento de pessoal, que "toma medidas" caso seja necessário.
"Nós abordamos, aprendemos e mudamos", disse 'Nik' Storonsky à Lusa, acrescentando que "num ambiente de crescimento rápido, as empresas e as pessoas cometem erros, mas logo que tenham 'feedback' sobre os erros, as pessoas mudam".