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Repsol-YPF: Cronologia de uma expropriação anunciada

As tensões entre a Argentina e Espanha, a propósito da Repsol YPF (filial argentina da espanhola Repsol, que detém 57,4% da mesma), acentuaram-se nos últimos tempos. O Cinco Dias revela as datas-chave do conflito.

16 de Abril de 2012 às 19:24
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As tensões entre a Argentina e Espanha, a propósito da Repsol YPF (filial argentina da espanhola Repsol, que detém 57,4% da mesma), acentuaram-se nos últimos tempos. O “Cinco Dias” revela as datas-chave do conflito.

2011

9 de Setembro – Repsol ratifica planos de investimento na Argentina.

2 de Novembro – Representante do Estado argentino na administração da YPF, Roberto Baratta, veta a distribuição de dividendos da empresa.

7 de Novembro – Repsol anuncia “a maior descoberta de petróleo” da sua História na zona da Vaca Muerta, no Sudoeste da Argentina, se bem que a YPF tenha esclarecido que se tratavam de recursos e não de reservas, já que estas devem primeiro ser certificadas.

2012

16 de Janeiro – Governo argentino denuncia YPF e mais quatro petrolíferas por suposto “abuso de posição dominante” no mercado de gasóleo. YPF considera “injustificada” a denúncia.

25 de Janeiro – A presidente argentina, Cristina Kirchner, diz que as petrolíferas devem reinvestir os seus lucros no país, de modo a aumentar a produção de combustíveis e reduzir as importações.

3 de Fevereiro – Governo argentino suspende dois programas de incentivos económicos a grandes petrolíferas, entre elas a YPF.

8 de Fevereiro – YPF anuncia que em 2011 aumentou os seus investimentos na Argentina em 50%, atingindo um recorde de 2.330 milhões de euros.

9 de Fevereiro – Governadores das 10 províncias petrolíferas argentinas acordam exercer “fortes controlos” sobre as empresas que operam nos seus territórios para aumentar a produção e diminuir a importação.

15 de Fevereiro – Fisco argentino proíbe YPF de importar ou exportar enquanto não regularizar uma dívida tributária de 6,1 milhões de euros.

23 de Fevereiro – YPF impede o acesso de altos responsáveis do governo a uma reunião da administração da petrolífera.

27 de Fevereiro – Ministro espanhol da Indústria, José Manuel Soria, faz uma visita-relâmpago a Buenos Aires para falar sobre o caso YPF.

29 de Fevereiro – A comissão nacional de valores da Argentina declara “irregulares e ineficazes” as resoluções adoptadas na reunião do conselho de administração da YPF a 23 de Fevereiro.

1 de Março – Chubut, a principal região petrolífera da Argentina, ameaça retirar à YPF as suas concessões em duas jazidas se não apresentar um plano de investimentos para aumentar a sua produção. Posteriormente, juntam-se as regiões de Santa Cruz e Mendoza.

5 de Março – YPF recorre à Justiça contra a resolução da comissão nacional de valores da Argentina de impugnar a reunião da administração da companhia realizada a 23 de Fevereiro.

6 de Março – YPF denuncia “discriminação” do governo de Chubut. O ministro espanhol dos Assundos Externos, José García-Margallo, acredita que o litígio possa resolver-se de forma amistosa, para não chegar aos tribunais.

8 de Março – Conselho de administração do YPF aprova, com o voto contra do representante do Estado, os resultados contabilísticos de 2011, que reportam um lucro de 1.214 milhões de dólares (menos 8,5% face a 2010). Na reunião estiveram também presentes o secretário argentino da Energia, Daniel Cameron, e o vice-ministro da Economia, Axel Kicilloff, que não são membros da administração da empresa.

12 de Março – Governo ordena à YPF, à Shell e à Esso para baixarem o preço do combustível para os aviões (“jet fuel”).

21 de Março – Conselho da YPG aprova por maioria, com o voto desfavorável do representante do Estado argentino, levar à Assembleia de Accionistas a proposta de aumento do capital social da petrolífera a partir dos lucros remanescentes de 2010 e de 2011.

23 de Março – Retirada de licenças à YPF na província de Mendoza, a que se seguiram as províncias de Salta, Río Negro e Neuquén.

29 de Março – YPF anuncia descoberta de petróleo não convencional na província de Mendoza. A comissão nacional de valores da Argentina abre uma investigação à evolução das acções da YPF durante o primeiro trimestre de 2012.

9 de Abril – Presidente da Repsol viaja até Buenos Aires e pede audiência com as autoridades argentinas.

11 de Abril – Província de Santa Cruz retira mais licenças a YPF.

12 de Abril – Presidente da Repsol reúne-se com o ministro do Planeamento. Divulgam-se informações na imprensa sobre uma possível nacionalização da YPF, mas após uma reunião da presidente Kirchner com governadores das províncias petrolíferas sabe-se que não foi apresentado qualquer projecto de lei nesse sentido. Nesse mesmo dia, o ministro espanhol da Indústria afirma que qualquer “gesto de hostilidade” contra empresas do seu país será interpretado como um gesto contra Espanha, o que implicaria consequências.

13 de Abril – Governo espanhol adverte Executivo argentino que tomará as medidas que considerar oportunas para defender os interesses de Espanha se a nacionalização da YPF avançar. Além disso, a Comissão Europeia dá o seu apoio a Espanha neste conflito e insta o governo de Cristina Kirchner a respeitar os seus compromissos com os investimentos estrangeiros no seu território.

14 de Abril – Ministro espanhol da Indústria assegura que, nas últimas 48 horas, “as coisas parecem estar a encaixar-se”.

16 de Abril - Cristina Kirchner anuncia nacionalização da YPF.

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