O fundo de investimento desportivo do Sporting Club de Portugal, o FP Football Players Fund-Porto, apresenta quase o dobro da rentabilidade do produto similar afecto ao Futebol Clube do Porto desde que foram para o mercado.

O First Portuguese Group, entidade nacional que criou e gere os fundos, apresentou ontem os primeiros dados de rentabilidade dos respectivos produtos, com o do Boavista a apresentar um retorno negativo.

Apesar do fundo do Sporting apresentar, desde a sua criação, um retorno 66,02%, uma análise mais aturada mostra que o fundo do concorrente que ocupa o Estádio do Dragão, apresenta uma rentabilidade no tempo eventualmente superior.

Desde que fundo do Porto foi criado, em Janeiro deste ano, já gerou uma rentabilidade de 37,82%. O do Sporting foi criado em Dezembro de 2001.

Transferências de campeão

A vitória do clube liderado por Pinto da Costa na Superliga na época passada, aliada à conquista da Liga dos Campeões no ano transacto tornaram os jogadores do Porto apetecíveis a nível mundial.

A rentabilidade de 37,82% nos últimos seis meses ficou a dever-se à transferência de quatro dos 11 jogadores que compunham o fundo de investimento na sua génese. A alienação de Paulo Ferreira, Deco, Ricardo Carvalho e Pedro Mendes gerou cerca de 5,755 milhões de euros brutos ao fundo.

Sporting ganha mais devido a percentagens dos passes

O montante acumulado pelos investidores no produto de Alvalade desde a criação oscilou entre 10,8 e 11,4 milhões de euros, com a venda dos passes de Hugo Viana (em Junho de 2002, ao Newcastle United, por 12,5 milhões de euros), de Ricardo Quaresma (em Julho de 2003, ao Barcelona, por um montante que oscilou entre 6 e 8 milhões) e de Cristiano Ronado (em Agosto de 2003, ao Manchester United, por 15 milhões de euros).

As diferenças entre as valorizações arrecadadas pelos dois produtos derivam, em grande parte, da diferente percentagem dos passes detida por cada fundo, que no caso do Sporting foi superior à da maioria dos jogadores do Porto e Boavista.

Os investidores dispõem agora de 10 dias para adquirir unidades de participação no «private banking» do BES ou no First Portuguese Group de qualquer um dos três fundos desportivos disponíveis, uma oportunidade que só volta a surgir no início do próximo ano.

No entanto, terá que dispor de, pelo menos, 25 mil euros, o montante de capital mínimo para a entrada. A comissão de subscrição é de 1,5% sobre o montante aplicado e o resgate, só não é paga qualquer comissão ao fim de dois anos. A comissão de gestão é de 2,5%.