Os accionistas da REN vão decidir em assembleia-geral a marcar o valor da posição entre 1% e 3% que vão assumir na congénere espanhola REE, no âmbito do acordo de troca de participações entre os dois operadores. A REE acordou esta semana a compra de 5% da REN à EDP.

Apesar do ministro da Economia ter dito aos jornalistas que a REN vai ficar com 3% da REE, o presidente do operador português, José Penedos garantiu que esta decisão ainda não está tomada.

"Depende de uma opção dos accionistas que ainda vai ser tomada, enquadrada pela privatização da REN, sendo que o nosso objectivo é valorizar o mais possível o que ainda há para fazer", esclareceu Penedos.

O presidente da REN escusou-se a avançar com uma data para a concretização desta operação, limitando-se a dizer que "será com certeza ainda este ano".

Enquanto em Portugal a participação máxima nos operadores de rede é de 5%, o limite em Espanha é de 3%. O acordo do Mibel permite ajustes legislativos para contrariar estas restrições, mas o presidente da REN está convencido que "neste caso particular não se justifica, até porque a REE é maior e em termos proporcionais estas tomadas de posição já são interessantes".

Esta troca de participações inédita na Europa, apesar de simbólica, é considerada estratégica, uma vez que os dois operadores estão envolvidos no reforço da capacidade de interligação entre os dois países.

A capacidade de interconexão é hoje de 1.500 megawatts, mas o ministro espanhol anunciou que espera duplicar essa capacidade nos próximos anos.