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Relva da Vasverde ajuda Ronaldo a marcar golos

A partir de Santarém, a relva da Vasverde já chegou aos campos de futebol do Real Madrid e do Barcelona e o objectivo é chegar ao Magrebe

Relva da Vasverde ajuda Ronaldo a marcar golos
06 de Setembro de 2011 às 10:11
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Ana Caldeira Cabral | A CEO da Vasverde critica o aumento do IVA de 13 para 23% que afectará o seu negócio agrícola.


Quando uma equipa de futebol tem um bom desempenho, o mérito é dos jogadores. Se por outro lado sofre um desaire, a culpa é da relva. Ana Caldeira Cabral não quer ser a "culpada" do Real Madrid ou o Barcelona terem maus resultados, onde a relva dos seus campos é da responsabilidade da Vasverde, e para isso garante que o serviço da sua empresa tem que ser o melhor. A companhia portuguesa que produz relva em Benfica do Ribatejo, em Santarém, quer expandir a sua actividade em Espanha e para o ano chegar ao Magrebe.

Começou na direcção técnica da Sitoflor Ibérica, ainda a empresa era francesa, passou à direcção geral e sem dar conta, já estava à frente da companhia como proprietária. Ana Caldeira Cabral, agrónoma de formação, gosta de "meter a mão na massa" e não se imaginava fechada num escritório das 9h às 18h. Todas as semanas faz duas voltas pelo campo e gosta de andar sempre com "o nariz na relva".

Ao adquirir os activos da então Sitoflor Ibérica, a empresária assumiu o desafio de transformar a subsidiária de origem francesa numa empresa 100% portuguesa. "Andámos imenso tempo a pensar o nome, uma vez que não poderíamos utilizar Sitoflor Ibérica, porque em França foi vendida a Sitoflor que se mantém no mercado. E foi então que o meu filho que me alertou: "mãe tu já não tens uma outra empresa (de consultoria), porque é que não pões o mesmo nome nas duas? Dah!!", gracejou Ana Caldeira Cabral. Assim nasceu a Vasverde.

A empresa, a partir de Portugal, já fazia negócio em Espanha enquanto Sitoflor Ibérica. Agora, como Vasverde, está a iniciar as negociações com os clientes, para que estes comecem a adquirir a relva à Vasverde. "Em Setembro vamos preparar o nosso negócio para apresentar aos clientes que consumiam a nossa relva a partir de França", explicou a empresária. Quanto ao Magrebe, o investimento só acontecerá em 2012, ano em que a empresa já espera ver a sua produção aumentada. Além disso, defendeu, nos países do Magrebe é necessário intermediários.

Até agora, a área de plantação da Vasverde é de 63 hectares, num terreno que pertence à Casa de Cadaval. Mas a empresária já está à procura de novos terrenos para alugar. "Este ano prevemos chegar aos 100 a 120 hectares e dentro de 3 anos chegar aos 200 ha". Quanto ao volume de negócios, o objectivo é ultrapassar um milhão de euros este ano, passando para os dois milhões em 2016.

A empresa já relvou o Jardim das Ondas no Parque das Nações, colocou o último relvado do estádio do Benfica e é responsável pelos novos campos de estágio de Sven Goran Eriksson no Algarve, mas os principais clientes são hortos.






Perguntas a...






Ana Caldeira Cabral

Directora-geral da Vasverde






"Não posso ficar restrita a Portugal, somos um mercado muito pequeno"


Quando a francesa Sitoflor decidiu abandonar o negócio da relva, como é que avançou para o MBO?
O negócio da relva sempre foi um negócio marginal para o Grupo Darbonne, apesar de terem 300 hectares, o negócio deles era as ervas aromáticas, os morangos... Nesse momento, o senhor Darbonne está com 63 anos, o filho sucede-lhe e para ele a relva não é uma aposta, e decide alienar o negócio. Em França vendem a empresa ao director comercial e começam à procura de quem lhes comprasse o negócio em Portugal. A primeira pessoa a quem eles propuseram foi a mim, mas eu não tinha capital... Mas durante todo o processo negocial chegou-se à conclusão de que a venda da empresa, em si, seria complicada e que o mais certo seria a venda apenas dos activos. Assim, o senhor Darbonne acabou por me fazer uma proposta irresistível de ficar com a empresa por um valor simbólico, assumindo os activos e os passivos, assegurando a continuidade da mesma. Era impossível dizer que não...

Existe algum segredo neste negócio?
Temos que estar sempre em cima do que se faz de mais moderno e em termos de variedades que estão sempre a mudar. Temos que dominar cada vez mais a produção, para ficarmos menos dependentes dos fitofármacos. Fazer boa relva com um elevado orçamento é fácil, mas fazer boa relva com custos de produção mais baixos exige muito controlo.

E quanto ao futuro?
A nossa aposta vai ser irmos a todos os clientes que sempre abastecemos enquanto Sitoflor Ibérica, nomeadamente em Espanha, apresentar o nosso produto enquanto Vasverde. Eu disse ao presidente da empresa francesa que ia mudar de nome para lhe fazer concorrência. Não posso ficar restrita a Portugal, nós somos um mercado demasiado pequeno.






Ideias-chave

De benfica do Ribatejo para Espanha, mas já a pensar nos países do Magrebe

1. Gestora adquire empresa francesa
A Sitoflor já estava em Portugal desde 1998, quando em França, há pouco mais de um ano, a casa-mãe decide alienar o negócio da relva. Ana Caldeira Cabral, então directora-geral da Sitoflor Ibérica, aceitou o desafio de adquirir os activos da companhia. A empresária quer afirmar o seu negócio no mundo, agora como Vasverde.
2. Aposta na relva em tapete
A Sitoflor by Vasverde é um dos principais produtores nacionais de relva natural em tapete. Com viveiros em Benfica do Ribatejo, conta com uma área de produção de mais de 60 hectares. Mas já está a pensar na expansão.
3. Espanha e Magrebe
A primeira aposta da empresa é Espanha, mas a Vasverde já está de olhos postos nos países do Magrebe. No entanto, este projecto para o Norte de África só está previsto para o próximo ano.
4. A Equipa
Apesar de querer aumentar a sua produção para uma área de cerca de 200 hectares, a Vasverde não prevê aumentar o número de colaboradores. Actualmente, a empresa conta com 14 colaborares e assim deverá continuar. A aposta será no aumento da mecanização do processo.
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