Notícia
"Recuperação da economia mundial vai demorar e não há varinhas mágicas"
O presidente executivo do BPI, Fernando Ulrich, lembrou hoje que "não há varinhas mágicas" para vencer depressa a crise actual e previu que a economia mundial "não irá recuperar" no próximo trimestre e em 2009.
27 de Fevereiro de 2009 às 17:34
O presidente executivo do BPI, Fernando Ulrich, lembrou hoje que "não há varinhas mágicas" para vencer depressa a crise actual e previu que a economia mundial "não irá recuperar" no próximo trimestre e em 2009.
"Vamos precisar de muito tempo para ultrapassar esta crise económica e financeira. É com este espírito que temos que olhar para esta matéria: Quem pensar que é no próximo trimestre que a economia mundial irá começar a recuperar ou em 2009 engana-se", disse Fernando Ulrich, em Lisboa.
O responsável pelo Banco Português de Investimento (BPI), que participou na Conferência organizada pela Ordem dos Economistas sobre "A Crise Económica e Financeira: Que Saídas?", alertou também que "é preciso fazer opções" para sair desta crise.
"O discurso do 'investimento público' já não chega", sublinhou.
"O Governo vai ter de assumir que é preciso fazer opções, não podemos fazer tudo e temos de reflectir", adiantou Ulrich.
"Temo que centrar o tema no investimento público pode ser um discurso e uma prática suicidária", justificou.
Fernando Ulrich avisou também que os sinais que estão a ser passados ao mercado no sentido de se aumentar o investimento e elevar o endividamento externo "não são desejáveis".
"Tudo isto tem de ser financiado pelo mercado, senão é o Fundo Monetário Internacional (FMI) que exigirá condições muito fortes como aconteceu no passado", acrescentou.
Para o presidente executivo do BPI estamos perante duas crises, uma financeira e outra económica, e "vamos de ter de lidar com ambas", o que torna a situação mais difícil. Embora Ulrich tenha aplaudido a resposta inicial do Governo à crise no sistema financeiro, o gestor aponta agora para a necessidade de "maior reflexão e respostas mais estruturadas".
"O Governo tem de perceber que é preciso fazer opções, porque senão vamos bater na parede", enfatizou.
Ulrich manifestou-se também preocupado com o aumento do défice externo, tendo destacado que "ninguém se está a preocupar muito com isso".
O líder do BPI referiu igualmente que actualmente a falta de capitais próprios "é [um dos] grandes problemas" do sistema financeiro e não "a falta de financiamento".
"Este é um problema central que se tem visto em Portugal nas empresas e nos grupos e que tem de ser resolvido", adiantou.
Ulrich defende que os estímulos à actividade económica devem ser feitos abarcando "de tudo um pouco", mas em "menor escala" do que o governo anunciado.
Sobre os problemas que Portugal tem ainda de resolver nesta crise destacou a Justiça, Segurança, bem como a necessidade da coesão social, advertindo para que "a população está assustada".
O presidente executivo do BPI disse ser favorável à criação de novos escalões no IRS para as pessoas que ganham mais.
Também na fiscalidade, mostrou-se adepto da tributação dos juros dos depósitos e das obrigações, além de ser favorável à tributação das acções.
Fernando Ulrich admitiu igualmente que há espaço para criar uma sobretaxa ou aumentar o IRC sobre os lucros absolutos e capitais próprios.
Quanto ao licenciamento urbanístico considerou-o de "inaceitável", pois aumenta a desconfiança dos agentes económicos.
Ulrich garantiu ter uma "boa impressão do eng. José Sócrates", qu considera ser "um bom primeiro-ministro".
No entanto, destacou que "gostava que o caso Freeport acabasse bem, sobretudo para o primeiro-ministro. Mas já agora gostava de saber o que se passou naquele processo de decisão", sublinhou.
Fernado Ulrich referiu ainda que "é preciso aumentar a transparência".
"Nesta matéria estamos a piorar. É preciso perceber as decisões", salientou.
"Vamos precisar de muito tempo para ultrapassar esta crise económica e financeira. É com este espírito que temos que olhar para esta matéria: Quem pensar que é no próximo trimestre que a economia mundial irá começar a recuperar ou em 2009 engana-se", disse Fernando Ulrich, em Lisboa.
"O discurso do 'investimento público' já não chega", sublinhou.
"O Governo vai ter de assumir que é preciso fazer opções, não podemos fazer tudo e temos de reflectir", adiantou Ulrich.
"Temo que centrar o tema no investimento público pode ser um discurso e uma prática suicidária", justificou.
Fernando Ulrich avisou também que os sinais que estão a ser passados ao mercado no sentido de se aumentar o investimento e elevar o endividamento externo "não são desejáveis".
"Tudo isto tem de ser financiado pelo mercado, senão é o Fundo Monetário Internacional (FMI) que exigirá condições muito fortes como aconteceu no passado", acrescentou.
Para o presidente executivo do BPI estamos perante duas crises, uma financeira e outra económica, e "vamos de ter de lidar com ambas", o que torna a situação mais difícil. Embora Ulrich tenha aplaudido a resposta inicial do Governo à crise no sistema financeiro, o gestor aponta agora para a necessidade de "maior reflexão e respostas mais estruturadas".
"O Governo tem de perceber que é preciso fazer opções, porque senão vamos bater na parede", enfatizou.
Ulrich manifestou-se também preocupado com o aumento do défice externo, tendo destacado que "ninguém se está a preocupar muito com isso".
O líder do BPI referiu igualmente que actualmente a falta de capitais próprios "é [um dos] grandes problemas" do sistema financeiro e não "a falta de financiamento".
"Este é um problema central que se tem visto em Portugal nas empresas e nos grupos e que tem de ser resolvido", adiantou.
Ulrich defende que os estímulos à actividade económica devem ser feitos abarcando "de tudo um pouco", mas em "menor escala" do que o governo anunciado.
Sobre os problemas que Portugal tem ainda de resolver nesta crise destacou a Justiça, Segurança, bem como a necessidade da coesão social, advertindo para que "a população está assustada".
O presidente executivo do BPI disse ser favorável à criação de novos escalões no IRS para as pessoas que ganham mais.
Também na fiscalidade, mostrou-se adepto da tributação dos juros dos depósitos e das obrigações, além de ser favorável à tributação das acções.
Fernando Ulrich admitiu igualmente que há espaço para criar uma sobretaxa ou aumentar o IRC sobre os lucros absolutos e capitais próprios.
Quanto ao licenciamento urbanístico considerou-o de "inaceitável", pois aumenta a desconfiança dos agentes económicos.
Ulrich garantiu ter uma "boa impressão do eng. José Sócrates", qu considera ser "um bom primeiro-ministro".
No entanto, destacou que "gostava que o caso Freeport acabasse bem, sobretudo para o primeiro-ministro. Mas já agora gostava de saber o que se passou naquele processo de decisão", sublinhou.
Fernado Ulrich referiu ainda que "é preciso aumentar a transparência".
"Nesta matéria estamos a piorar. É preciso perceber as decisões", salientou.