Notícia
Quinze minutos bastaram para mudar a vida de uma empresa
Accionistas nem aqueceram os seus lugares na Fundação Champalimaud
30 de Janeiro de 2012 às 23:30
"Nunca presidi a uma assembleia--geral que tivesse demorado tão pouco tempo." O desabafo de Júlio Castro Caldas, presidente da mesa da assembleia-geral da Zon, expressava o que muitos accionistas ou seus representantes referiram no final. Quinze minutos bastaram para que a desblindagem dos estatutos fosse aprovada com 93,3% dos votos a favor, 6,7% abstenções e nenhum voto contra.
"Significa grande unanimidade", afirmou ao Negócios Castro Caldas, à saída da reunião que juntou 79,5% do capital. O que significa que 74% dos accionistas totais votaram favoravelmente a desblindagem (93,3% e 6,7% perfazem 100% dos presentes).
A expressividade da votação já era aguardada, mas o que espantou mesmo os accionistas foi a rapidez da assembleia. "A simulação que fizemos ontem [anteontem, no dia anterior à assembleia] demorou mais do que a reunião", comentou um dos elementos da organização ao Negócios. O voto foi electrónico. Sem problemas a registar.
Sempre repleta de advogados, também estes juristas, muitos habituados a estas assembleias de accionistas, comentavam os 15 minutos. Jorge Brito Pereira, especialista em direito das sociedades e de mercados de capitais e sócio da PLMJ, também foi peremptório. "Nunca", respondeu, quando questionado se alguma vez tinha estado numa assembleia tão rápida.
Muitos destes representantes legais de accionistas já estiveram em assembleias longas, como a da Portugal Telecom, em plena OPA (Oferta Pública de Aquisição) da Sonaecom, onde se discutia, precisamente, a desblindagem dos estatutos.
Desde que a Zon está emancipada do universo PT, o que aconteceu em 2007, as reuniões de accionistas nunca motivaram grandes perturbações. E houve sempre votações acima dos 90%. Tal como nunca esteve tanto capital representado. Nem na primeira reunião-magna depois da cisão. Em Janeiro de 2008, quando se apresentou o nome Zon e se ratificou Rodrigo Costa como presidente executivo da operadora, o capital presente foi de 64,9%.
"Isto assim não tem graça nenhuma", ironizou Joaquim Oliveira, accionista de referência, brincando com a rapidez da decisão votada pelos accionistas.
Dando os trabalhos por concluídos, o segundo pequeno-almoço já podia ser tomado. "Foi a assembleia-geral mais cara da história da Zon", comentava-se também em tom de paródia, lembrando que se se fosse a ver o custo por minuto, o preço da reunião de ontem seria altíssimo.
Mesmo rápida, houve quem aproveitasse para sair a correr. E nos corredores perguntava-se pelo accionista do momento: "quem é que está a representar a Kento, de Isabel dos Santos?". Não foi descoberto e assim um dos accionistas que mais podem ganhar com a desblindagem passou despercebido.
"Significa grande unanimidade", afirmou ao Negócios Castro Caldas, à saída da reunião que juntou 79,5% do capital. O que significa que 74% dos accionistas totais votaram favoravelmente a desblindagem (93,3% e 6,7% perfazem 100% dos presentes).
Sempre repleta de advogados, também estes juristas, muitos habituados a estas assembleias de accionistas, comentavam os 15 minutos. Jorge Brito Pereira, especialista em direito das sociedades e de mercados de capitais e sócio da PLMJ, também foi peremptório. "Nunca", respondeu, quando questionado se alguma vez tinha estado numa assembleia tão rápida.
Muitos destes representantes legais de accionistas já estiveram em assembleias longas, como a da Portugal Telecom, em plena OPA (Oferta Pública de Aquisição) da Sonaecom, onde se discutia, precisamente, a desblindagem dos estatutos.
Desde que a Zon está emancipada do universo PT, o que aconteceu em 2007, as reuniões de accionistas nunca motivaram grandes perturbações. E houve sempre votações acima dos 90%. Tal como nunca esteve tanto capital representado. Nem na primeira reunião-magna depois da cisão. Em Janeiro de 2008, quando se apresentou o nome Zon e se ratificou Rodrigo Costa como presidente executivo da operadora, o capital presente foi de 64,9%.
"Isto assim não tem graça nenhuma", ironizou Joaquim Oliveira, accionista de referência, brincando com a rapidez da decisão votada pelos accionistas.
Dando os trabalhos por concluídos, o segundo pequeno-almoço já podia ser tomado. "Foi a assembleia-geral mais cara da história da Zon", comentava-se também em tom de paródia, lembrando que se se fosse a ver o custo por minuto, o preço da reunião de ontem seria altíssimo.
Mesmo rápida, houve quem aproveitasse para sair a correr. E nos corredores perguntava-se pelo accionista do momento: "quem é que está a representar a Kento, de Isabel dos Santos?". Não foi descoberto e assim um dos accionistas que mais podem ganhar com a desblindagem passou despercebido.