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Quem são os fundos que estão de olho na Oi?

O Cerberus e o "abutre" Elliot, que apostou na queda do BES e da PT, podem estar interessados em desenhar uma solução para a Oi. Conheça estes fundos de investimento.

Bloomberg
16 de Março de 2016 às 17:58
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Os fundos de investimento Cerberus e Elliot estarão interessados em entrar no capital da Oi, estando em conversações com a Pharol, que detém uma participação de 27,5% na operadora brasileira. A informação, que foi avançada esta quarta-feira pelo Globo, levou as acções da Pharol a disparar mais de 20%.

Estes fundos são conhecidos por investir em empresas, ou em dívida de Estados, no caso do Elliot, que estejam a passar por situações financeiras complicadas.

A Cerberus Capital Management nasceu em 1992 em Nova Iorque e hoje é um dos maiores "hedge funds" a nível mundial, tendo uma carteira de investimentos de 29 mil milhões de dólares nos mais variados sectores.

O antigo vice-presidente dos EUA, Dan Quayle, preside à casa-mãe Cerberus Global Investment, acompanhado do antigo secretário do Tesouro dos EUA John W. Snow, chairman da Cerberus Capital Management.

Com presença nos EUA, na Europa e na Ásia, o fundo emprega 150 pessoas, de acordo com a informação disponibilizada no seu site.

Uma das suas mais recentes aquisições foi a Avon, uma operação que passadas duas semanas de estar concluída foi notícia, mas não pelos melhores motivos. Depois de comprar a empresa de cosméticos, o fundo norte-americano anunciou que ia implementar um plano de redução de custos para compensar a quebra do negócio de venda de produtos porta-a-porta, o qual levaria ao despedimento de 7% da força de trabalho da Avon.

Outro dos negócios concluídos no ano passado pelo fundo foi a compra de uma carteira de crédito do Northern Rock, no valor de 12 mil milhões de libras, em consórcio com o banco Morgan Stanley. Em Portugal, chegou a estar na corrido ao Novo Banco e foi noticiado o alegado interesse na TAP.

Já o Elliot Management Corporation, esteve nas primeiras páginas dos jornais em todo o mundo devido à disputa judicial dos títulos de dívida da Argentina.

O "hedge fund" foi fundado pelo advogado Paul Singer (na foto) em 1977, em Nova Iorque, com um capital inicial de um milhão de dólares. Hoje, tem um conglomerado de fundos de investimento, entre os quais o NML Capital, e gere activos de 23 mil milhões dólares.

Tal como o Cerberus, o Elliot é conhecido no mercado como fundo "abutre", por ‘atacar’ dívida de países ou empresas em dificuldades.

Aliás, Paul Singer criou a sua actual fortuna comprando dívida "problemática" para depois a vender ou, em casos de falência ou reestruturação, exigir em tribunal o que lhe é devido. Em 2011, o fundo apostou na queda do BES e em 2014 na descida das acções da Portugal Telecom, pouco tempo antes de ser conhecido o investimento em papel comercial da Rioforte.

Mas o caso mais mediático do fundo Elliot esteve relacionado com a Argentina. Através do NML Capital, o grupo de Paul Singer tinha 1,33 mil milhões de dólares em títulos de dívida.

Em 2001, quando o país entrou numa crise profunda, os títulos pararam de ser pagos. Alguns credores, a maioria, chegaram a acordo com a Argentina. Mas outros, onde se insere o NML, bateram o pé e avançaram para tribunal que, mais tarde, veio a dar razão a Elliot, obrigando a Argentina a pagar o total da dívida.

Já antes tinha implementado a mesma estratégia no Peru. Em 1995 comprou 20 milhões de dólares de dívida e, depois, ganhou um processo em tribunal de 58 milhões.

Agora, os seus caminhos podem cruzar-se caso a Pharol, e a Oi, cheguem a um acordo para a entrada dos fundos no seu capital.

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