Parecia combinado. À mesma hora que a Anacom anunciou o concurso, Pedro Leitão, administrador da PT Multimedia (PTM), dizia em conferência que "num futuro próximo" a sua empresa irá ter "voz móvel". Já antes Zeinal Bava, presidente da PTM, tinha revelado ao Jornal de Negócios que a dona da TV Cabo "solicitou frequências móveis à Anacom".

E de facto, a PTM considera "extremamente importante" para o mercado que a licença lhe seja atribuída. Na resposta à consulta lançada pelo regulador, a operadora, sem distinguir em que frequências desejaria ter uma operação móvel, aponta que "dada a dimensão da TV Cabo (...) a empresa apresenta condições efectivas para se tornar um operador de serviços móveis (...), razão pela qual a Anacom não pode deixar de equacionar a atribuição de direitos de utilização de frequências à TV Cabo". Mas a PTM não é a única a considerar-se "favorita".

A Radiomóvel, operadora com licença para grupos fechados, também defendeu ao presidente da Anacom que detém "condições inigualáveis" para ficar com a licença de operação móvel. Esta empresa tem já uma rede nos 450MHz a cobrir 85% do território e 90% da população, e considera-se pronta a avançar com uma operação móvel "de um dia para o outro", já que a rede só necessita de ser "reprogramada".

Outra operadora que se mostrou interessada foi a AR Telecom, do Grupo SGC. Na sua resposta à Anacom, apontou que " vê com interesse a possibilidade de avançar para o fornecimento complementar de serviços móveis", ainda que tenha sublinhado que "considera difícil a viabilização económica de um novo operador móvel em Portugal", mas, sendo "certa a deslocação da concorrência para ofertas de "quadruple play" (...) não deixará de analisar todas as alternativas para o lançamento de serviços móveis".

Além destas operadoras, outras duas manifestaram-se interessadas, ainda que tenham requisitado confidencialidade à Anacom.