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PT com queda do EBITDA no fixo e nos móveis
A Portugal Telecom registou uma descida de 7,4% no EBITDA do primeiro semestre, com a operadora de telecomunicações a registar uma quebra na actividade operacional nos negócios de telecomunicações móveis (Portugal e Brasil) e nas fixas. A PT Multimédia me
A Portugal Telecom registou uma descida de 7,4% no EBITDA do primeiro semestre, com a operadora de telecomunicações a registar uma quebra na actividade operacional nos negócios de telecomunicações móveis (Portugal e Brasil) e nas fixas. A PT Multimédia melhorou.
O EBITDA da PT desceu 7,4% no primeiro semestre, para 1,09 mil milhões de euros. No segundo trimestre a quebra foi de 10%.
A PT explica a descida neste indicador operacional – 87 milhões no semestre – com o impacto negativo da redução das tarifas de interligação (18 milhões de euros) na rede fixa e na TMN, da reversão de uma provisão relativa a uma conta a receber da Angola Telecom (23 milhões de euros) em 2005, e do reconhecimento em Junho de 2006 de uma provisão na Vivo para fazer face a problemas de facturação relativos à migração dos sistemas para uma plataforma única (30 milhões de euros).
O resultado operacional registou uma descida ainda mais acentuada, de 24,6% no primeiro semestre de 2006, para 493 milhões de euros, "influenciado pela redução do EBITDA e pelo acréscimo das amortizações, principalmente em resultado do aumento do capex em 2005, e pela apreciação do real face ao euro".
Vivo penaliza
Os três principais negócios da PT, que geram maior volume de EBITDA, registaram uma quebra neste indicador no primeiro semestre.
O EBITDA do negócio da rede fixa diminuiu 6,7% para 487 milhões de euros, com a margem a situar-se nos 46,2%.
A contribuição dos negócios móveis para o EBITDA consolidado diminuiu 1,5pp no primeiro semestre de 2006 para 47,4%, "essencialmente em resultado do decréscimo do EBITDA da Vivo".
Na TMN o EBITDA recuou 4,6% para 318,8 milhões de euros, enquanto na Vivo o EBITDA caiu 18% para 197,6 milhões de euros. A margem do negócio no Brasil está agora nos 19,5%, a mais baixa entre as várias áreas de actividade da PT.
A empresa explica que redução do EBITDA da Vivo no primeiro semestre de 2006, "considerando uma taxa de câmbio constante, decorre essencialmente dos aumentos das provisões, custos de call centers e outsourcing".
"No caso da TMN e excluindo o impacto negativo da descida das tarifas de interligação fixo-móvel, no montante de 16 milhões de euros, o EBITDA ter-se-ia mantido estável no primeiro semestre de 2006, em 335 milhões de euros", refere.
Já a PT Multimédia, que será alvo de um "spin-off" caso a OPA da Sonaecom não avance, viu o seu EBITDA aumentar 10,5% para 106,2 milhões de euros, com a margem a situar-se nos 32,7%.
A margem EBITDA total da PT desceu 2,6 pontos percentuais, passando de 38,9% para 35,3%.
A contribuir também para a descida do EBITDA esteve o aumento de 9,3% registado nos custos operacionais totais, que totalizaram 2,59 mil milhões de euros. A empresa explica esta subida com a "apreciação do real face ao euro e ao incremento das provisões. Considerando uma taxa de câmbio constante, os custos operacionais consolidados teriam registado um aumento de 0,6% no período".
Os custos com pessoal aumentaram 4,3% no primeiro semestre de 2006 para 352 milhões de euros, equivalentes a 11,4% das receitas operacionais consolidadas. Os custos de marketing e publicidade diminuíram 8,1% no primeiro semestre de 2006 para 73 milhões de euros, essencialmente em resultado do decréscimo na TMN.
Em sentido inverso estiveram os custos com o programa de redução de efectivos, que se situaram em 25 milhões de euros no primeiro semestre de 2006, o que compara com 91 milhões de euros no mesmo período do ano anterior.
No primeiro semestre o total do "capex" (investimento de capital), decresceu 3,3%, face a igual período do ano anterior, para 356 milhões de euros, principalmente devido ao decréscimo da contribuição da Vivo.
No final de Junho de 2006, a PT tinha 31.792 trabalhadores, dos quais 41,5% em Portugal. Este número representa um crescimento de 2,4% face ao período homólogo. Em Portugal o número de trabalhadores recuou 3,9%, ou 533.
TMN aumenta clientes em 5%
Em termos de clientes, a TMN conseguiu angariar 44 mil novos utilizadores no segundo trimestre, passando a sua base de clientes para 5,36 milhões. Este valor representa um crescimento de 5% face a igual período do ano passado.
"O forte desempenho do segmento empresarial, no qual a TMN está a ganhar quota de mercado, impulsionou o nível de adições líquidas de clientes pós-pagos no período, que ascendeu a 31 mil, representando mais de 70% do total das adições líquidas no período", explica a empresa.
A PT adianta que a expansão de 3G continuou a "registar um sólido crescimento", com o número de clientes 3G a ultrapassar os 500 mil no final de Junho de 2006, equivalente a 10% da base de clientes.
O ARPU da TMN no segundo trimestre de 2006 registou um decréscimo de 7,8% para 20,9 euros, em resultado da descida de 15,5% do ARPU de interligação devido à redução das tarifas de interligação fixo-móvel e móvel-móvel.
Na rede fixa os acessos de rede fixa diminuíram 0,3% no segundo trimestre de 2006 para 4,43 milhões, face a igual período do ano anterior, "em resultado da continuação da perda de linhas". O ARPU total diminuiu 2,4% no segundo trimestre de 2006, face ao período homólogo, para 29,9 euros.
No Brasil, através da Vivo, os desligamentos líquidos de clientes totalizaram 1,61 milhões de clientes no segundo trimestre de 2006, em resultado de um ajustamento da base de dados de 1,823 milhões de clientes inactivos.
No final de Junho de 2006, a Vivo detinha 28,52 milhões de clientes, um aumento de 0,3% face a igual período do ano anterior. No final de Junho de 2006, a quota de mercado da Vivo era de 40,6% nas áreas de operação e de 31,1% em todo o Brasil.
Na PT Multimédia o número total de clientes de TV por subscrição atingiu os 1,44 milhões no final de Junho de 2006, com 28 mil desligamentos líquidos no segundo trimestre de 2006, "principalmente em resultado da conjuntura macroeconómica desfavorável e do aumento da concorrência".
No final de Junho de 2006, o número de clientes por cabo e por satélite situou-se em 1.072 mil e 371 mil respectivamente.
Apesar de ter menos clientes, estes estão a gastar mais. O ARPU total de TV por subscrição no segundo trimestre de 2006 aumentou 4,1%, para 29,2 euros, reflectindo "essencialmente o sucesso do pacote digital "TV Cabo Funtastic Life", o qual oferece 65 canais".
O número de clientes de banda larga via cabo ascendeu a 344 mil no final de Junho de 2006, um aumento de 3,4%, face a igual período do ano anterior.