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Procura de transportes aéreos está a 75% dos níveis de 2019, atrasos afetam Europa

Os atrasos na gestão do tráfego aéreo também estão a aumentar, mas não são "tão preocupantes" como os atrasos de pessoal que se tornaram agora o principal problema, depois de muitos trabalhadores terem decidido abandonar a indústria durante a pandemia ou terem sido despedidos.

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19 de Junho de 2022 às 19:07
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A procura de transportes aéreos na Europa ainda está a 75% dos níveis de 2019 e o principal desafio atual são os atrasos e cancelamentos que afetam partes do sistema europeu, segundo a associação internacional do setor (IATA).

Perante os desafios de contratação que a indústria enfrenta, "é inevitável uma maior perturbação à medida que a procura continua a aumentar", disse hoje o vice-presidente regional para a Europa da Associação Internacional de Transportes Aéreos (IATA), Rafael Schvartzman.

O responsável, que falava na 78ª Assembleia Geral Anual da IATA, na capital do Qatar, Doha, referiu que até agora, este ano, em média, cerca de 69% dos voos na Europa estão atrasados.

O atraso total é de 5,2 milhões de minutos, o que é comparável aos dados de 2019, "mas a principal diferença é que ainda estamos abaixo da procura pré-pandémica" e, além disso, os números de há três anos foram fortemente afetados pelo tempo e por outros eventos, disse.

Durante a pandemia de covid-19, os cancelamentos efetivos foram consideravelmente superiores à média esperada, mas à medida que as restrições contra a variante Omicron do coronavírus SARS-CoV-2, responsável pela covid-19, foram levantadas, os números começaram a diminuir até cerca de meados de maio, quando voltaram a aumentar à medida que a procura aumentava e a pontualidade diminuía.

A aviação é "uma complexa cadeia interligada" e as companhias aéreas estão à mercê de outros atores, em particular os aeroportos e o controlo do tráfego aéreo, indicou.

Os atrasos na gestão do tráfego aéreo também estão a aumentar, mas não são "tão preocupantes" como os atrasos de pessoal que se tornaram agora o principal problema, depois de muitos trabalhadores terem decidido abandonar a indústria durante a pandemia ou terem sido despedidos e, embora o recrutamento esteja agora a ocorrer o mais rapidamente possível, a habilitação de segurança é uma dificuldade fundamental.

O processo atual leva entre duas a seis semanas, o que significa que o aumento do recrutamento para o verão é um grande desafio, acrescentou Schvartzman, embora acredite que os governos podem ajudar, por exemplo, através do reconhecimento mútuo da habilitação de segurança, para que um empregado de um país europeu possa mudar para fazer o mesmo trabalho noutro país da União Europeia sem demora.

Devem também ser disponibilizadas credenciais de "um dia", para permitir ao pessoal sem habilitação de segurança total trabalhar em áreas restritas sob a supervisão de um empregado com habilitação total, entre outras medidas.

Além disso, os aeroportos devem monitorizar os seus estrangulamentos e fazer novas declarações de capacidade, com bastante antecedência, para que as companhias aéreas possam informar os clientes sobre as alterações dos seus voos, dando-lhes tempo para remarcar viagens ou ter soluções alternativas.

Dado que muitos atrasos estão fora do controlo das companhias aéreas e se, além disso, os aeroportos obrigarem a cancelamentos a curto prazo, a classificação destes casos como circunstâncias extraordinárias é "pouco clara" e tem havido uma falta de orientação tanto por parte da Comissão Europeia como dos organismos nacionais, afirmou.

Se a compensação é devida, mas a companhia aérea não está em falta, "então deveria haver algum tipo de mecanismo para as companhias aéreas e aeroportos chegarem a uma resolução justa", sugeriu.

O que é necessário é a cooperação através do sistema, incluindo governos e reguladores, para ajudar a indústria a enfrentar os desafios de um reinício de uma paragem quase total, concluiu.
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