Está cada vez mais difícil os ex-trabalhadores da Spanair – que pediu protecção contra credores há 9 dias - arranjarem emprego na Ryanair. Isto porque o presidente da companhia irlandesa decidiu espicaçá-los, durante uma manifestação em que reclamavam soluções para a sua situação.
Michael O’Leary (na foto) deu uma conferência de imprensa no aeroporto de Bilbao, onde decorria paralelamente a demonstração de protesto dos ex-empregados da Spanair, tendo apresentado novas ligações aéreas que a sua companhia aproveitou para explorar e potenciar agora que a sua concorrente está em processo de reestruturação no âmbito da lei de falências espanhola.

Segundo o “El Mundo”, os manifestantes tentaram boicotar a conferência de O’Leary. Finalizado o evento, o empresário irlandês despertou a ira dos ex-trabalhadores da Spanair ao posar diante deles para ser retratado a fazer o sinal de vitória. A polícia basca decidiu então escoltá-lo até à porta de empresa do seu voo de regresso a Madrid, uma vez que os ânimos aqueceram.

Já não é a primeira vez que o presidente da Ryanair se envolve em polémicas. Agora, com este cenário, parece cada vez mais difícil que os ex-trabalhadores da Spanair arranjem emprego na “low cost” irlandesa, sublinha o mesmo jornal.

Até porque o presidente do comité de empresa da Spanair, Ricardo Oso, já recusou a oferta de emprego da Ryanair, “por se tratar de uma companhia aérea que obriga ao pagamento das contribuições na Irlanda”.

Em declarações citadas pelo “El Mundo”, Oso sublinhou existirem dois motivos essenciais que o levam a recusar a proposta da Ryanair: a obrigação de pagarem as contribuições na Irlanda e a obrigação de abrir uma conta em Gibraltar para receberem o salário.

Com efeito, o próprio O’Leary tinha salientado que a Ryanair é uma companhia irlandesa e que, por isso, o salário é pago num banco irlandês e os impostos são pagos na Irlanda.