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Portugal ganhou 10 mil exportadoras em 10 anos
O aumento do perfil exportador é transversal a empresas de todas as dimensões, desde as micro às grandes empresas.
Portugal ganhou mais de 10 mil empresas exportadoras desde a crise de 2008, contando agora com mais de 35 mil empresas com este perfil, observa a Informa D&B.
"Este aumento, que foi impulsionado como resposta à crise de há dez anos, pode ser hoje um importante contributo para a recuperação económica da crise resultante da Covid-19", afirma a Informa D&B, no comunicado enviado às redações.
O aumento do perfil exportador é transversal a empresas de todas as dimensões, desde as micro às grandes empresas, mas, olhando aos setores, vê-se uma maior incidência no de serviços. Em altura de pandemia, esta é uma boa notícia, porque enfrentam neste momento menos restrições do que a venda de bens, analisa a mesma fonte.
Os setores dos Serviços empresariais, Indústrias e Tecnologias de Informação e Comunicação foram os que mais contribuíram para o crescimento do número de empresas exportadoras desde 2008. As Indústrias, Grossista e Serviços empresariais concentram quase 60% do total de empresas exportadoras.
Covid-19 pressiona indústria
De acordo com o indicador que avalia o grau de exposição destas empresas à covid-19, 63% das exportadoras pertencem a setores com impacto médio e 13% a setores com impacto baixo. Contudo, fazendo novamente a divisão por tipo de atividade, nota-se que 33% das exportadoras de bens são fortemente impactadas, enquanto que nas exportadoras de bens e serviços apenas uma fatia de 16% sofre com a mesma intensidade.
A situação é mais preocupante quando o foco se vira para as indústrias: o setor industrial tem 8974 exportadoras que representam 38 mil milhões de euros em valor de vendas para os mercados externos, sendo o maior setor exportador nacional quer em número de empresas, quer em valor exportado. O valor da exportação de bens representa três quartos do valor total das exportações.
Da perspetiva da diretora geral da Informa D&B, Teresa Cardoso de Menezes, a orientação exportadora "foi uma resposta adequada e muito positiva do tecido empresarial à crise que atravessámos há 10 anos", pelo que prevê que, agora, este grupo de empresas tenha "um importante papel na redinamização da economia nacional". O segredo, defende, é "redesenhar as suas estratégias de crescimento e de diversificação de risco, abordando novos mercados".
O mesmo estudo revela que nas empresas que vendem para mais de 3 geografias, mais de metade do negócio provém dos mercados externos, enquanto esse valor não chega aos 30% nas exportadoras que vendem para 1 ou 2 geografias.
A maioria das empresas, 30 mil, opera em mercados comunicatários, enquanto que 18 mil têm negócios com outros países.