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Portugal escapa ao plano de alienações da empresa de limpezas ISS

O mercado português ficou de fora da reestruturação envolvendo o despedimento de cem mil trabalhadores na dinamarquesa ISS, que é a segunda maior operadora de serviços de limpeza em Portugal, a seguir à Iberlim.

Reuters
10 de Dezembro de 2018 às 12:37
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Portugal não faz parte da lista de 13 países em que a dinamarquesa ISS vai deixar de ter operações, confirmou o Negócios. A maior empresa de limpezas do mundo, que no mercado português é actualmente a segunda maior, atrás da Iberlim (grupo Trivalor), anunciou esta segunda-feira, 10 de Dezembro, um plano a nível global que inclui a saída de vários mercados que, em conjunto, valem 12% das receitas do grupo e 8% dos lucros operacionais.

 

Numa nota de actualização da estratégia, assinada pelo "chairman", Charles Allen, e pelo CEO, Jeff Gravenhorst, a ISS detalha que vai alienar as operações em mais de uma dezena de países de vários continentes, nas quais não surge a operação portuguesa, que desde Julho de 2017 é liderada por Rui Gomes. Em causa estão República Checa, Hungria, Estónia, Eslováquia, Eslovénia, Roménia, Israel, Tailândia, Filipinas, Malásia, Brunei, Brasil e Chile. Este processo de reestruturação abrange também unidades de negócio que não são "core" (não pormenorizadas) e será concluído em 2020.

 

A administração argumenta que estes desinvestimentos vão "simplificar de forma significativa os negócios, reduzindo a complexidade e o risco". Depois de estarem terminados, no âmbito de um plano mais vasto com o qual prevê acelerar o crescimento orgânico para 4% e 6% ao ano no médio prazo, a multinacional estima uma diminuição de 50% no número de clientes (de 125.300 para 62.700) e um corte de 20% no número de funcionários, de 490 para 390 mil pessoas.

 

Vai ser difícil separarmo-nos de muitos colegas fantásticos e de negócios de elevada qualidade. Contudo, devemos focar o capital e recursos naqueles clientes, serviços e geografias que podem beneficiar do investimento futuro em processos, tecnologias e inovação. Jeff Gravenhorst, CEO da ISS

 

"Estas decisões ousadas reflectem a nossa forte convicção na oportunidade de crescimento oferecida pelos clientes "Key Account". Quando chegar a altura, vai ser difícil separarmo-nos de muitos colegas fantásticos e de negócios de elevada qualidade. Contudo, devemos focar o nosso capital e recursos naqueles clientes, serviços e geografias que podem verdadeiramente beneficiar do nosso investimento futuro em processos, tecnologias e inovação", frisou o CEO, Jeff Gravenhorst, prometendo "proporcionar um desempenho financeiro mais sólido e consistente para os accionistas" do grupo.

 

De acordo com a Bloomberg, a ISS está a dar este passo numa altura em que as acções já perderam 18% desde o início do ano e depois de terem surgido sinais de algumas dúvidas dos analistas relativamente às perspectivas da empresa. Apesar de a maioria estar optimista, em Novembro, o Goldman disse aos clientes para começarem a vender os títulos da maior empresa de serviços de limpeza do mundo.

Limpezas: sector "fragmentado" volta a crescer em Portugal

Há cerca de 3.500 empresas que prestam serviços de limpeza no mercado português, um sector "altamente fragmentado" – os cinco principais operadores detêm uma quota de mercado conjunta de 28,4% – e que emprega perto de 59 mil pessoas. Segundo um relatório da Informa D&B, divulgado em Fevereiro, o volume de negócios das empresas do sector em Portugal ascendeu a 615 milhões de euros em 2017, o que representou um acréscimo de 3,4% face ao ano anterior. Para este ano estimou uma nova subida de vendas, ainda que o prognóstico seja de um ritmo mais ligeiro (2,4%). Os principais clientes destes serviços são as grandes empresas, os organismos públicos, as escolas e os hospitais.

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