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Pharol agrava prejuízos para 806,5 milhões de euros em 2017

A empresa liderada por Palha da Silva aumentou o valor das perdas em 2017, num ano que ficou marcado pelas alterações contabilísticas registadas pela Pharol no seu investimento na Oi.

Miguel Baltazar
24 de Abril de 2018 às 00:17
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A Pharol registou perdas de 806,5 milhões de euros no ano passado, contra prejuízos de 61,9 milhões um ano antes, isto num ano que ficou marcado pelas alterações contabilísticas registadas pela Pharol no seu investimento na operadora brasileira Oi – onde detém 27,5% do capital através da sua subsidiária Bratel. 

 

Considerando os efeitos dos ajustes contabilísticos apresentados pela Oi, o resultado líquido da Pharol foi então negativo em 806,5 milhões de euros. Sem esses efeitos, a empresa liderada por Palha da Silva (na foto) teria tido perdas de 13,5 milhões de euros, sublinha o comunicado dos resultados divulgado junto da CMVM.

Os 61,9 milhões de euros negativos do ano de 2016 são valores reexpressos a 31 de Dezembro de 2016, em decorrência dos ajustamentos na Oi, quando antes ascendiam a 75,1 milhões de euros.

O EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações), por seu lado, foi de 4,8 milhões de euros negativos, contra 7 milhões negativos em 2016.

 

Os custos operacionais desceram 31% quando comparados com o exercício anterior. Já os capitais próprios cresceram de 246,4 para 261,8 milhões de euros.

 

A empresa sublinha, no relatório e contas, que a Oi apresentou no passado dia 12 de Abril ajustes ao seu património líquido, com datas de 1 de Janeiro de 2016 e 31 de Dezembro de 2016, de 18 mil milhões de reais (4,2 mil milhões de euros) e de 19 mil milhões de reais (4,5 mil milhõs de euros), respectivamente. " Estes movimentos, por sua vez, originaram ajustes negativos nos capitais próprios da Pharol de 102 e 140 milhões de euros, em iguais momentos".

"O plano de recuperação judicial homologado pela Justiça brasileira, com diluição da participação societária, e a suspensão dos seus vogais no conselho de administração da Oi, determinou, por parte da Pharol, o afastamento da condição de accionista com influência relevante", salienta.

 

Consequentemente, determinou também "a contabilização da participação na Oi a valores de mercado (substituindo o método de equivalência patrimonial), com duas implicações: um ganho de 167,7 milhões de euros face à valorização (reexpressa) de 2016; e uma perda contabilística, sem afectação dos capitais próprios, de 960,5 milhões de euros, por anulação das reservas cambiais acumuladas negativas desde a aquisição", acrescenta o documento.

Em mensagem publicada neste relatório e contas, Palha da Silva recorda que o ano de 2017, para a Pharol, "acabou por ficar marcado pela apresentação de um Plano de Recuperação Judicial da Oi, aprovação em Assembleia Geral de Credores e, posteriormente, já em 2018, pela sua homologação judicial".

 

"Não se podendo conformar com o facto de a proposta não ter sido submetida na referida Assembleia Geral pelos órgãos legítimos da companhia e por a solução apresentada ser manifestamente desequilibrada na defesa dos interesses de todos os stakeholders em presença, a Pharol , através da sua participada Bratel, tem vindo a envidar todos os esforços nas esferas jurídicas adequadas para defender a legalidade e a equidade da solução final a adoptar pela Oi", prossegue o CEO.

 

Esse esforço, destaca ainda Palha da Silva, "acentuou-se ao longo do primeiro semestre deste ano e a Pharol tudo continuará a fazer para defender o seu interesse como accionista da companhia, mantendo, no entanto, total disponibilidade para vir a apoiar um Plano de Recuperação Judicial que, através de negociação, reponha o equilíbrio na ponderação dos interesses dos diferentes intervenientes".

 

Os 27,5% que a Pharol detém na Oi poderão diminuir para 7,66% após a conversão em capital de 72,12% da dívida suportada pelos credores, no âmbito do processo de recuperação judicial da operadora brasileira, referiu a Valor Econômico no passado dia 13 de Abril.

 

A Pharol foi uma das cotadas que mais brilho deu à bolsa na sessão de segunda-feira, tendo encerrado em alta pelo quarto dia consecutivo, a somar 6,32% para 22,7 cêntimos. 

(notícia actualizada às 00:51)

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