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Paddy Cosgrave: "Pode ser a decisão mais louca que tomei"
A Web Summit vai manter a realização do evento dedicado ao empreendedorismo em Lisboa durante 10 anos, duplicando o espaço.
Paddy Cosgrave, na apresentação de um acordo para a Web Summit ficar mais 10 anos na capital portuguesa, admite que até pode ser a decisão mais "louca" que tomou, mas foi convencido em particular por Fernando Medina, presidente da Câmara de Lisboa.
Medina também começou por declarar: "ganhámos", acrescentando que "um acordo a 10 anos tem sentido estratégico, pela mudança irreversível que pode trazer à cidade e ao país", deixando a mensagem que espera que o número de participantes ao longo deste tempo possa superar os 100 mil.
Para isso, Portugal comprometeu-se a duplicar a área expositiva no Parque das Nações, o que será feito também com a FIL e a Arena Atlântico. Mas a evolução do desenvolvimento ainda não está definida, nem os investimentos necessários quantificados.
Na apresentação que decorreu esta quarta-feira, 3 de Outubro, da Web Summit, na qual foi anunciada a permanência do evento em Portugal por mais dez anos, Paddy Cosgrave garantiu que um acordo com esse prazo dá mais proximidade e uma forma de trabalhar que permite maior profundidade.
Admitiu que não foi fácil escolher Portugal, mas acabou por dar como determinante uma conversa com o presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, em particular num telefonema feito à meia-noite, confidenciou. "As coisas não estavam a ir na direcção correcta", admitiu, mas o telefonema "teve um grande impacto", o que foi conjugado com uma série de circunstâncias de encontros ocasionais no aeroporto com portugueses ou noutros locais.
Optou por Portugal, deixando para trás cidades como Madrid ou Londres.
Fernando Medina fala "do passo decisivo para que Lisboa seja em definitivo esta capital que todos ambicionamos", comparando o acordo com a Web Summit com a realização há 20 anos da Expo 98.
Foi, no entanto, do primeiro-ministro António Costa que Paddy Cosgrave ouviu a garantia: "pode contar connosco para continuar a crescer, quando cresce nós crescemos consigo". O primeiro-ministro acabou por realçar a receita fiscal que só o evento de 2017 teve, e que permitiu uma receita de 30 milhões em impostos. O impacto económico directo já tinha sido estimado em 300 milhões.
"O compromisso de 10 anos significa que o que se passa não é estar na moda, é que Portugal mudou, está a mudar e pode dar confiança". Um apressado António Costa - tinha outros compromissos de agenda - deu palco ao ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, que assumiu que a Web Summit já fez pelo país, ajudando a projectar a imagem de um país diferente e que ajudou a trazer mais investimentos, como o da Google, Mercedes, Zalando.
A Web Summit vai custar em apoios públicos 11 milhões por ano, num total de 110 milhões pelos 10 anos.