A Nutrinveste, «holding» de Jorge de Mello para a área alimentar, lançou uma oferta pública de aquisição (OPA) sobre as acções da Fábricas Triunfo que ainda não detém, com a mesma a decorrer entre os dias 2 e 15 de Outubro, anunciou a empresa em comunicado.

O objecto da oferta «são todas as acções ordinárias representativas do capital da Triunfo que não sejam detidas pela Nutrinveste», sublinhou a empresa, referindo que a operação «tem carácter obrigatório e geral, pelo que não é condicionada à aquisição de qualquer número mínimo de acções».

A OPA vai decorrer entre as 8h30 do dia 2 de Outubro e as 15h00 do dia 15 do mesmo mês, com o valor da oferta a ser de 5 euros (1.002 escudos) por acção, e o intermediário financeiro da operação a ser o Banco Espírito Santo de Investimento (BESI).

A Nutrinveste ainda não controla 291.185 acções ordinárias da Triunfo [TRIU], pelo que, caso todos os accionistas na posse destes títulos aceitem a oferta, a empresa do Grupo José de Mello irá investir um total de 1,46 milhões de euros (292,7 mil contos) na operação.

A mesma empresa já havia admitido, no final de Agosto, que teria de lançar a oferta, depois de ter sido a única subscritora de um aumento de capital da Triunfo e por isso elevado a sua posição no capital da empresa para 94,92%, pelo que a OPA se tornou obrigatória, segundo a lei em vigor.

A Triunfo efectuou recentemente uma operação harmónio, de redução seguida de aumento do capital social, tendo os investidores recebido um título da empresa com o mesmo valor nominal, por cada lote de 10 acções.

A OPA já foi objecto de registo prévio junto da Comissão do Mercado de valores Mobiliários (CMVM), de acordo com a mesma fonte. O resultado da oferta será apurado em sessão especial de Bolsa, cuja data ainda não é conhecida, com a liquidação financeira da operação a ocorrer três dias após a referida sessão.

Nutrinveste admite solicitar perda de sociedade aberta para Triunfo; OPA potestativa

A Nutrinveste sublinhou que «em face da detenção de mais de 90% do capital da sociedade visada», considera fazer eventual uso do disposto no 27º artigo do Código de Valores Mobiliários, «requerendo à CMVM a perda da qualidade de sociedade aberta» para a Triunfo.

A mesma fonte sublinhou também que admite poder vir a efectuar o lançamento de uma OPA potestativa, caso não consiga adquirir todo o capital remanescente através da presente oferta.

Triunfo considera oferta «oportuna»

A Triunfo referiu em comunicado que o seu conselho de administração (CA) «considera a oferta oportuna», com a mesma a assegurar patrimonialmente «de modo favorável, os interesses dos accionistas».

«A contrapartida de 5 euros (1.002 escudos) por acção permite, nas actuais condições de mercado, um prémio significativo na alienação de acções da sociedade», explicou a mesma fonte.

As acções da Triunfo encontram-se actualmente admitidas à negociação no Mercado sem Cotações da Bolsa de Valores de Lisboa e Porto (BVLP).