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Novo CEO da Lego vai combinar blocos de montar com aplicações
O homem que está ao leme da Lego quer unir os blocos icónicos da fabricante de brinquedos com aparelhos digitais para reverter uma queda nas vendas.
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"Nós vemos isto como uma maneira de manter o interesse das crianças por mais tempo, e para alargar o interesse a outras faixas etárias", afirmou o CEO da Lego, Niels B. Christiansen, numa entrevista. "Estamos fazendo muito nesta área e queremos fazer mais."
Christiansen, que se tornou CEO da Lego em Outubro, está a tentar manter a relevância da Lego para uma geração de crianças cuja obsessão com as telas diminuiu o interesse por brinquedos físicos. Até agora a Lego obteve resultados díspares com suas incursões digitais. O filme "Uma Aventura Lego", de 2014, e alguns dos videojogos da empresa tiveram sucesso, mas a sua grande aposta de 2010 num jogo de computador online para vários jogadores, o "Lego Universe", foi um fracasso.
Christiansen diz que os blocos de montar básicos continuarão a ser o foco à medida que a Lego projectar novos produtos. Christiansen deu como exemplo o "Lego Boost" (que permite que as crianças criem os seus próprios brinquedos e depois os programem para que se movam usando uma aplicação de smartphone) como um exemplo do tipo de coisa que ele quer ver mais.
"Precisamos de concentrar a Lego nas coisas certas", disse. "Precisamos ter produtos fortes e inovadores."
Christiansen assumiu o comando num momento em que a maior fabricante de brinquedos da Europa conheceu o fim de uma década de aumento de receitas e lucros. De 2010 a 2015 as vendas mais do que duplicaram e o então CEO, Jorgen Vig Knudstorp, entregou lucros recorde aos proprietários: a família milionária Kirk Kristiansen.
Mas o crescimento ocorreu a um ritmo que a empresa dinamarquesa classificou de "sobrenatural" e a organização tornou-se demasiado grande. Em 2017, as vendas e os lucros caíram quando a Lego teve de reduzir "stocks" com base em projecções excessivamente optimistas. A empresa eliminou 1.400 postos de trabalho, cerca de 8% da sua força laboral.
Christiansen diz que a reestruturação já acabou e espera que as vendas voltem a crescer novamente no próximo ano.
"Actualmente estamos a concentrarmo-nos em algumas prioridades e a usar a nossa nova estrutura organizacional para tomar decisões mais próximas dos consumidores e do mercado", realçou o CEO. "É óbvio que ganharemos a longo prazo se formos mais criativos."