Notícia
Quem é o empresário angolano António Mosquito?
António Mosquito, o empresário que terá comprado 51% da Controlinveste através de um fundo de capital de risco, tem negócios ligados aos sectores do automóvel, construção civil e petróleos. Em Angola, é importador das marcas Volkswagen e Audi, sendo também conhecidas as suas ligações à Odebrecht e Teixeira Duarte. Além disso, integra a estrutura accionista da Falcon Oil, uma empresa que possui 10% do Bloco 33.
“O grupo empresarial que serviu de plataforma inicial para a sua vida empresarial chama-se Mbakassy & Filhos. No nome está presente uma ideia de harmonia familiar que também favorece, não apenas em abstracto, mas por ser real. Juntou todos os seus filhos e familiares próximos dos seus negócios – que passaram a ser de todos”, descreve a “África Monitor”, uma publicação de circulação por assinatura. António Mosquito manteve uma ligação à Sonangol – maior accionista do Millennium Bcp, banco que por sua vez é o maior credor da Controlinveste – dado ter feito parte do núcleo que em 2008 acordou a compra do Banco Caixa Geral Totta Angola, em parceria com a Caixa Geral de Depósitos. Mosquito tem 12% deste banco, enquanto a Sonangol possui uma posição de 25%.
A “África Monitor” define-o como um “senhor de uma vontade de valorização pessoal não muito comum no empresariado angolano” e conta que António Mosquito se lançou “a contento” no mundo dos negócios quando assumiu a gerência da firma Oliveira Barros & Companhia no período que se seguiu à revolução de 25 de Abril de 1974 e à consequente desestabilização política e social em Angola, depois do fundador da empresa se ter retirado para Portugal.
“António Mosquito nunca se deixou tentar pela política – de forma directa ou indirecta ou ligado a quem quer que fosse. Permaneceu rigorosamente neutro e talvez tenha sido esse o principal factor do sentimento de respeito com que é olhado, mas também da solidez da sua prosperidade” escreve a mesma publicação, definindo assim a forma como evoluiu empresarialmente: “foram os meios postos à disposição de António Mosquito pelo regime [angolano], eventualmente por intermédio de José Eduardo dos Santos, que alavancaram a sua ascensão. Mas também é certo que isso não quebrou a fidelidade que lhe era reconhecida a uma independência política que também o valoriza como empresário”.