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NATO nomeia Universidade de Aveiro finalista em concurso para combater extremismo online
A Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) lançou um desafio à comunidade científica mundial para ajudar no combate ao extremismo online. A Universidade de Aveiro concorreu e já está entre os três finalistas.
Uma proposta do grupo de investigadores da Universidade de Aveiro (UA) para combater o extremismo online conquistou a atenção da NATO. A proposta portuguesa está entre as três soluções finalistas que serão apresentadas no Centro de Excelência de Comunicação Estratégicas da NATO, na capital da Letónia, já na próxima segunda-feira.
O concurso, lançado pela NATO StratCom, desafiou investigadores de todo o mundo a apresentarem soluções para combater uma realidade que a organização considera ser "um risco claro para a segurança da Aliança Atlântica", lê-se no comunicado enviado pela UA. A NATO quer detectar conteúdo malicioso em vídeos e fotos online, "desde propaganda política extremista até alterações ou descontextualização de imagens", explica um dos investigadores.
A solução consiste num sistema capaz de analisar imagens – vídeo ou fotografia – identificando os objectos presentes que possam estar relacionados a grupos extremistas, detectando se as imagens foram manipuladas e avaliando o risco cruzando essa informação com o conteúdo dos comentários ou descrição que acompanham a publicação. Este "detective" consegue desvendar cada caso procurando padrões através de largas bases de dados e com algoritmos inteligentes que farão previsões depois de aprenderem os padrões.
A proposta foi desenvolvida por especialistas em Informática do Instituto de Engenharia Electrónica e Informática de Aveiro (IEETA) da UA e do respectivo Departamento de Electrónica, Telecomunicações e Informática (DETI). São eles Daniel Canedo, Ricardo Ribeiro, Alina Trifan e António Neves (por esta ordem, na foto), e ainda José Luís Oliveira.
A equipa de investigadores aponta ainda a relevância do desafio lançado pela NATO: "o universo online é muito sensível a este tipo de informação, especialmente porque a faixa etária predominante na Internet é a mais jovem", diz Daniel Canedo, o qual considera que "facilmente se consegue moldar uma mente jovem através da Internet, e quem cria este conteúdo malicioso está bem ciente desse fenómeno".