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Nacionalizações na Bolívia podem levar a nova escalada dos preços da energia

A nacionalização dos campos de exploração de petróleo e de gás na Bolívia decretada pelo presidente do país, Evo Morales, durante o fim de semana, poderá levar a uma nova escalada dos preços das matérias-primas nos mercados internacionais.

02 de Maio de 2006 às 10:48
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A nacionalização dos campos de exploração de petróleo e de gás na Bolívia decretada pelo presidente do país, Evo Morales, durante o fim de semana, poderá levar a uma nova escalada dos preços das matérias-primas nos mercados internacionais.

O antigo líder dos campos de produção de cocaína, eleito em Dezembro para ocupar o cargo de presidente da Bolívia, Evo Morales anunciou durante o passado fim-de-semana a nacionalização de todos as empresas produtoras de hidrocarburantes.

Morales afirmou, durante as comemorações do primeiro de Maio e dos seus cem dias à frente dos destinados do país, que «acabou o saque aos nossos recursos naturais por parte de empresas estrangeiras», dando às empresas presentes no país 180 dias para renegociarem os seus contractos.

São várias às companhias afectadas pela decisão do presidente boliviano. A espanhola Repsol e a brasileira Petrobras deverão vir a ser as mais prejudicadas com esta medida. As duas empresas, em conjunto, têm investido naquele país mais de três mil milhões de dólares.

A francesa Total e a britânica BP são outras das petrolíferas que deverão ser afectadas por esta decisão. Segundo a Bloomberg, a empresa estatal que controlará as produtoras de hidrocarburantes será responsável por toda a produção petrolífera no país, pela venda e também pelos preços a praticar.

Para o analista-chefe das matérias-primas da Merrill Lynch, Francisco Blanch, esta decisão da Bolívia é «extremamente negativa» para o clima investidor na indústria do gás e do petróleo em todo o mundo, citado pelo «Expansión».

«É mais um passo na recente tendência de nacionalização dos recursos naturais, depois dos exemplos da Rússia e da Venezuela», afirmou o analista, que acrescentou que «estes estados estão a tomar uma maior fatia do queijo, deixando as empresas petrolíferas com muito menos, uma situação que está a contribuir para manter os elevados preços destas matérias-primas», nos mercados internacionais.

A Bolívia tem as segundas maiores reservas de gás natural da América Latina, depois da Venezuela.

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