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Mossack Fonseca vai fechar portas após escândalo dos Papéis do Panamá
A sociedade de advogados panamiana Mossack Fonseca, cujos ficheiros serviram de base a uma investigação dos media internacionais que em 2016 deu conta de uma rede de ligações a paraísos fiscais usadas por todo o mundo, vai encerrar.
A Mossack Fonseca, firma de advocacia panamiana que esteve no centro da investigação denominada Papéis do Panamá [Panama Papers], anunciou esta quarta-feira, citada pela Reuters, que vai fechar portas devido aos danos económicos e reputacionais que sofreu devido ao seu papel nesta fuga fiscal que se tornou dos grandes escândalos mundiais de 2016.
Os Papéis do Panamá surgiram no âmbito de uma investigação levada a cabo por vários jornais mundiais e coordenada pelo Consórcio Internacional de Jornalistas. Em causa estavam ligações a paraísos fiscais de centenas de pessoas, entre as quais 140 antigos e actuais dirigentes mundiais.
A informação, com base nos ficheiros da Mossack Fonseca [especializada na criação de sociedades offshore], lançou luz, em Abril de 2016, sobre um mundo onde se movem milionários, governantes mundiais e outras figuras ligadas a esquemas de fuga aos impostos e lavagem de dinheiro.
Menos de um ano depois de eclodir o escândalo dos Papéis do Panamá, a Mossack Fonseca sofreu novo abanão. Em Fevereiro de 2017, os dois sócios principais da sociedade de advogados foram detidos por alegado envolvimento no "Lava Jato", o maior caso de corrupção do Brasil. A acusação dizia que a firma teria actuado como organização criminosa dedicada a ocultar activos de origem suspeita no âmbito do caso "Lava Jato".
Todos estes projectores apontados à Mossack acabaram por prejudicar irremediavelmente a sua reputação e credibilidade, vendo-se a firma agora obrigada a apagar as luzes e a fechar a porta. De vez.