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Morreu empresário Pedro Queiroz Pereira

A notícia da morte do empresário foi avançada pelo Expresso.

755,9 Milhões de euros. As participações detidas pela família Queiroz Pereira na bolsa de Lisboa renderam 755,9 milhões de euros, em 2017. O empresário detém uma posição de 71,4% na Semapa, que, por seu lado, controla mais de 69% da Navigator. Ambas as cotadas do universo Queiroz Pereira tiveram uma evolução positiva no último ano, no entanto, foi com o investimento na papeleira que mais rendeu: 474,7 milhões de euros, entre valorização da posição e dividendos.
Negócios 19 de Agosto de 2018 às 08:27
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O empresário Pedro Queiroz Pereira, presidente do conselho de administração das papeleiras Semapa e Navigator (ex-Portucel), e dono da cimenteira Secil, morreu este sábado, 18 de Agosto, aos 69 anos, avançou o Expresso.

PQP, como era conhecido, nasceu em Lisboa em 1949 e frequentou o Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Lisboa. Foi também piloto de competição até assumir a liderança do grupo industrial familiar.

Segundo o ranking da Forbes Portugal, divulgado na íntegra a 12 de Julho, Pedro Queiroz Pereira – tendo como principais activos a Semapa (que controla a Navigator e a Secil) e o hotel Ritz – era detentor da quinta maior fortuna do país. O património do industrial português ascendia então a 1.129 milhões de euros.

 

Já de acordo com o ranking da Exame, conhecido a 31 de Julho, PQP e a sua mãe Maud Santos Mendonça ocupavam o sétimo lugar nas fortunas portuguesas, com 779 milhões de euros.


Em 2013, recorde-se, o "caso Semapa" levou à separação entre Pedro Queiroz Pereira e o Grupo Espírito Santo. "A guerra pelo controlo da Semapa acabou por ditar o fim das relações empresariais históricas entre as famílias Espírito Santo e Queiroz Pereira. Depois de meses de negociações, o GES aceitou, no início de Novembro, vender a quase totalidade das suas participações nas ‘holdings’ que controlam a cotada. Já Queiroz Pereira saiu da ES Control, ‘holding’ da família Espírito Santo sedeada no Luxemburgo onde detinha 7% e que acusou de opacidade", escrevia então o Negócios.

 

O diferendo que opôs o GES, Maude Queiroz Pereira (irmã de PQP) e a família Carrelhas a PQP na Semapa acabou por chegar ao fim em Dezembro desse ano, com o empresário a adquirir as posições daqueles accionistas.

 

Assim, depois de Pedro Queiroz Pereira acusar Salgado de querer tomar o poder da Semapa, e de Salgado negar essa intenção e acusar Queiroz Pereira de retaliações, o acordo deu-se com o "descruzamento" das participações nas "holdings" familiares. Pedro Queiroz Pereira saiu da "holding" da família, onde se tornara incómodo; o Grupo Espírito Santo retirou-se das sociedades que controlavam a Semapa. 

Outra das guerras que travou foi a da Cimpor. "No seu percurso empresarial, ficou célebre a guerra que travou com o Governo de António Guterres em 2001 por causa da Cimpor, empresa que tentou controlar, sem sucesso, tendo chegado a chamar mentiroso ao ministro das Finanças de então, Joaquim Pina Moura. Chegou a lançar uma oferta pública de aquisição sobre a cimenteira, em conjunto com a suíça Holcim, mas acabou por ver a Cimpor entregue ao bloco Teixeira Duarte, BCP e Lafarge. Que acabou por não ficar também a controlar a cimenteira. Esta operação fracassada era uma das suas grandes mágoas, atendendo a que a Cimpor acabou nas mãos do grupo brasileiro Camargo Corrêa, que a tem vindo a desmembrar", sublinha a edição online do Expresso.

Aquilo de que gostava: investir em fábricas

"Costuma dizer aos mais próximos que com o dinheiro que ganha podia comprar um palácio no sul de França. Mas Pedro Queiroz Pereira não gosta de palácios nem do sul de França. Prefere investir e inaugurar novas fábricas. E é o que tem feito, quase a uma média de uma por ano", escrevia o Negócios em Maio passado.

 

Foi nesse mesmo mês que a Semapa alargou o conselho de administração para o próximo quadriénio, de 11 para 14 elementos, dos quais três filhas de Queiroz Pereira – cumprindo assim as quotas [as empresas cotadas passaram a ter de ter pelo menos 20% do sexo feminino sub-representado nos órgãos de topo, um requisito exigido a estas empresas a partir da primeira assembleia geral electiva depois de 1 de Janeiro de 2018].

O empresário assegurou a sua sucessão. Escolheu gestores profissionais para a Secil, Navigator e Semapa, onde ficou apenas como "chairman", e criou um "family office" para organizar os negócios de família que um dia seriam herdados pelas suas três filhas - Mafalda, Lua e Filipa. 



(notícia actualizada às 09:43)
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