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Montepio lamenta não ter participado nas negociações de venda do BPN
"Entendemos que havia todas as razões para sermos chamados à mesa das negociações." Tomás Correia, presidente do Montepio Geral, afirmou ainda que aguarda mais detalhes sobre a proposta apresentada pelo Banco BIC. Miguel Cadilhe diz que o "Estado não encontrou solução nenhuma".
02 de Agosto de 2011 às 08:58
![](http://www.jornaldenegocios.pt/images/2010_08/tomascorreiamontepionot_pe891.jpg)
O presidente do Montepio Geral afirmou ao "Diário Económico" que não conhece a proposta apresentada pelo BIC mas sublinha que aguarda mais detalhes sobre o acordo.
O Governo português revelou este domingo que decidiu negociar em exclusivo com o BIC um acordo para a venda do BPN. O Estado recebe 40 milhões de euros, mas pode vir a ser chamado a pagar os custos com os despedimentos e fecho de balcões que venham a ocorrer no BPN.
No entanto, a decisão do Ministério das Finanças foi já alvo de críticas por parte da Federação do Sector Financeiro. "Não sei se foi a melhor solução. Porque qualquer uma que não comporte a cobertura total dos postos de trabalho em causa não é uma boa solução, portanto será sempre uma solução mitigada. E essa não pode ter o acordo dos sindicatos da Febase", comentou ontem Carlos Silva, vice-secretário geral da federação.
O Núcleo Estratégico de Investidores (NEI), que terá oferecido uma proposta mais valiosa pelo BPN, acima dos 100 milhões de euros e assumido que não iria fazer despedimentos no banco nacionalizado em 2008, agendou para hoje, às 15h30, uma reacção à decisão do Governo.
"Estado não encontrou solução nenhuma"
![](http://www.jornaldenegocios.pt/images/2011_02/miguelcadilhenot.jpg)
Cadilhe criticou a nacionalização do BPN e adiantou que o Estado "não deveria agora pagar ao comprador para o comprar, nem deveria admitir o deplorável despedimento de parte do pessoal".
"De facto, o Estado foi fazendo uma péssima intervenção no BPN desde 2008. Chegados aqui, teria sido melhor que a Caixa ficasse com o BPN, porque o Estado que nacionalizou não é irresponsável. E porque, afinal, foi a Caixa quem conduziu essa decepcionante gestão do BPN", defendeu Miguel Cadilhe.