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Monteiro de Barros mantém projecto para central nuclear em Portugal

O empresário Patrick Monteiro de Barros afirmou à agência Lusa que mantém o projecto de construir uma central nuclear em Portugal e que estará em condições de avançar quando houver uma decisão sobre esta matéria.

12 de Abril de 2007 às 15:15
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O empresário Patrick Monteiro de Barros afirmou à agência Lusa que mantém o projecto de construir uma central nuclear em Portugal e que estará em condições de avançar quando houver uma decisão sobre esta matéria.

Comentando a observação feita hoje pelo Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, de que se não for houver outra fonte de energia consistente, como o hidrogénio, "o nuclear terá de ser debatido em Portugal de forma mais aberta", o empresário considerou que "é uma questão de inteligência".

"Acho que é uma atitude de muita sensatez e muito inteligente", disse Patrick Monteiro de Barros à Lusa, frisando que o seu projecto para construir uma central nuclear em Portugal continua vivo.

"Nunca desisti do projecto (...) continuamos com os estudos de pré-viabilidade", sublinhou o empresário, insistindo na ideia, que defende há anos, de que, na situação em que Portugal está em termos energéticos, a solução é a energia nuclear.

Cavaco Silva, nas declarações que fez em Riga, na Letónia, valorizou a aposta noutras energias renováveis, como a eólica, biomassa, biodiesel ou hídrica, mas disse que não acredita que sejam suficientes e afirmou que é difícil evitar a discussão sobre a opção do nuclear, que "surgirá, mais dia menos dia".

Patrick Monteiro de Barros apresentou, em Junho de 2005, um projecto para construir uma central nuclear em Portugal, em conjunto com um grupo de investidores portugueses, que implicava um investimento de 3,5 mil milhões de euros.

A ENUPOR - Energia Nuclear de Portugal, nome dado ao projecto, implica a reabilitação das minas da Urgeiriça, com elevadas reservas de urânio, uma questão que o empresário realçou também hoje nas declarações á agência Lusa, já que a existência desta matéria prima em Portugal reduz os custos da produção.

A localização da central chegou a ser debatida e constava da proposta que Monteiro de Barros fez chegar ao Governo.

A opção do nuclear sempre foi, no entanto, rejeitada pelo Governo de José Sócrates que, ainda recentemente, em Bruxelas, reafirmou essa posição.

"Os países que quiserem tomar a opção pelo nuclear, façam o favor. Em Portugal, não, o nosso caminho está definido", sublinhando a aposta nas energias renováveis.

Portugal é dos poucos países da Europa Ocidental sem central nuclear, existindo, contudo, duas em Espanha bem próximas da fronteira, em Almaraz.

Espanha possui sete centrais nucleares, uma das quais em fase de desmantelamento, Vandellós II, e o Governo espanhol assume uma posição oficial de "não entusiasta do nuclear" e nas linhas directoras da política energética prevê uma "redução progressiva" incentivando, em alternativa, as renováveis e os ciclos combinados a gás natural.

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