Notícia
Moedas admite que a UE não consegue transformar conhecimento em crescimento
O comissário português em Bruxelas, Carlos Moedas, advoga que o tecido empresarial aproveite melhor os apoios à inovação, para criar crescimento económico.
O comissário europeu da Investigação, Ciência e Inovação, Carlos Moedas, admite que a Europa não está a conseguir capitalizar em termos económicos a aposta que vem fazendo na inovação e no conhecimento. "Talvez não estejamos a conseguir transformar esse conhecimento em produtos", afirmou o comissário português em Bruxelas, num encontro com a imprensa.
"A Europa tem o maior programa de sempre em ciência e inovação. Devíamos ter gosto nisso. Aqui na Europa com 7% da população mundial produzimos 30% do conhecimento", sublinhou Carlos Moedas. Para o comissário falta agora a União Europeia melhorar a forma como converte esse conhecimento em produto. "Temos de conseguir fazer produtos que sejam vendidos por preços melhores", comentou.
"O caminho é o da produtividade, que só vem com a transformação do conhecimento em produtos novos", disse ainda o comissário português em Bruxelas. Mas, notou Carlos Moedas, esse caminho não deverá ser trilhado pela via dos baixos salários.
O mesmo responsável admitiu que uma das fragilidades da Europa continua a ser a sua fragmentação. "Enquanto a Europa tiver 28 mercados de trabalho diferentes, teremos sempre mais dificuldade. Aquilo que os investidores querem é ter um mercado homogéneo, sem grandes barreiras", disse Carlos Moedas.
O comissário europeu da Inovação recordou ainda que no âmbito do programa Horizonte 2020 a União Europeia tem disponível uma verba de 8,6 mil milhões de euros reservada a pequenas e médias empresas, para financiar projectos de inovação nos próximos cinco anos.
*O jornalista viajou para Bruxelas a convite da Comissão Europeia