No final de uma reunião do Conselho da Indústria, um órgão consultivo do Ministério da Economia, Pires de Lima, referiu que o encontro desta manhã serviu, entre outros aspectos, para o governo enfatizar a existência de um conjunto de dez medidas que permitirão aumentar a competitividade das empresas portuguesas.

"Pretendemos que as empresas portuguesas possam estar em condições de agarrar as oportunidades de crescimento mas só empresas adequadamente capitalizadas estão em condições de seguir estratégias que permitam agarrar essas oportunidades", declarou o ministro da Economia.

Em conferência de imprensa, o secretário de Estado da Competitividade, Pedro Gonçalves, sublinhou que "o reforço da capitalização das empresas criará um círculo virtuoso de crescimento e emprego", acrescentando que as soluções de conversão de dívida em capital são fundamentais para ajudar Portugal a reduzir o nível da sua dívida privada.

Pires de Lima admitiu que há ainda alguns problemas na aceitação de soluções como a abertura de capital das empresas. "Uma das queixas que ouvimos no Conselho da Indústria tem a ver com as lacunas na comunicação das medidas que estão já disponíveis", referiu o ministro.

"Muitos dos instrumentos de conversão de dívida em capital já estão disponíveis há quase dois anos mas o tempo de convencer os empresários a abrir o capital das suas empresas é um tempo mais longo", explicou António Pires de Lima.

O ministro notou que a resistência das empresas, sobretudo as de menor dimensão, à abertura de capital tem a ver com a mudança de mentalidade que isso implica.

"Abrir o capital de uma empresa implica aceitar outros a dividir o capital connosco, aceitar regras de governação de maior transparência e passar de uma gestão familiar para uma gestão mais profissional", apontou o governante esta segunda-feira.