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Miguel Frasquilho: Viseu tem poucas exportações
Miguel Frasquilho, presidente da AICEP, pediu aos empresários de Viseu que reforcem as exportações. Mas aproveitou o Roadshow Portugal Global, que está esta quarta-feira neste distrito, para elogiar o que diz ser a transformação económica de Portugal.
Portugal reforçou o peso das exportações no produto interno bruto (PIB), mas não é suficiente. Miguel Frasquilho, presidente da AICEP, não tem dúvidas que se fez um caminho, mas há ainda um outro tanto para percorrer. As exportações pesam, hoje, 40% do PIB, quando em 2008 contribuíam com 28%. Mas o responsável, que é também economista, lembrou que países com a dimensão de Portugal têm pesos superiores. Na Irlanda o peso é de 100%, na Bélgica chega 95%, na Dinamarca 60%. "A estrada ainda é longa", afirmou Miguel Frasquilho, na abertura da conferência Roadshow Portugal Global.
O presidente da AICEP falou de outra evolução: há seis anos as exportações para a Europa pesavam 80%, hoje em dia o peso desceu para 70%.
O que leva Miguel Frasquilho a dizer que houve "uma diversificação para mercados de mais rápido crescimento". O presidente da AICEP não tem dúvidas de que "o made in Portugal é um activo reconhecido internacionalmente e acrescenta valor". Mas "não significa que esteja tudo feito. Temos de continuar a batalhar".
E é por isso que a AICEP vai abrir 12 novos mercados em dois anos, alargando a rede externa a Timor Leste, Guiné Bissau, Guiné Equatorial, São Tomé e Príncipe, Cazaquistão, Coreia do Sul, Equador, Gana, Nigéria, Senegal, Finlândia e Noruega. A AICEP vai ainda reforçar presença nos Estados Unidos, China e Japão.
Mas o investimento é outro ponto que Frasquilho quer reforçar e por isso vai criar gestores de investimento estrangeiro, que acompanharão algumas geografias, como América do Norte, Europa Ocidental e Ásia.
Numa plateia de empresários, Frasquilho falou das vantagens de Portugal, mas deixou o aviso. Viseu tem de reforçar as exportações.
Existem no distrito pouco mais de 500 empresas exportadoras. "É pouco para a capacidade, massa crítica, inovação, empreendedorismo que tem Viseu". E as exportações de bens contribuem com apenas 3% do total das exportações portuguesas. "Também é pouco". Por isso, Frasquilho não tem dúvidas: "existem oportunidades que devem ser mais aproveitadas". O presidente da AICEP não deixou de lembrar que está em vigor o novo quadro comunitário de apoio, Portugal 2020, que de um bolo de 26 mil milhões de euros tem disponíveis 9,5 mil milhões de euros para as empresas.