A Associação Portuguesa das Empresas de Segurança denunciou hoje que metade das empresas do sector não cumpre com as suas obrigações da Segurança Social, o que origina situações de «concorrência desleal» no sector, muitas vezes graças ao próprio Estado.

Ângelo Correia, presidente da Associação, afirmou num almoço hoje com a imprensa, que metade das empresas privadas de segurança, que no total empregam 35 mil pessoas, «estão a empregar de forma marginal, oferecendo serviços muitas vezes abaixo de custos», algo que acontece com o conhecimento das próprias empresas contratantes e do Estado.

A estimativa da APES aponta para que «apenas 50% das empresas cumpram» com as obrigações de retenção de 34,75% dos ordenados dos seguranças privados e que muitas «abusam» do máximo de 40 horas de trabalho por semana, fixados por Lei, que por vezes atinge mesmo as 70 horas, «sem descanso» adiantam.

De acordo com a associação, estas situações acontecem várias vezes em concursos públicos, onde chegam a surgir propostas abaixo de custo que são aceites pelo Estado, o que leva as empresas a «compensar» o prejuízo através do incumprimento das obrigações para com a Segurança Social. «O Estado pensa que está a poupar mas no fundo está a perder dinheiro» afirmou mesmo Ângelo Correia.

A APES reclama «mais fiscalização ao sector» de modo a que «se comece a cumprir a Lei», algo que a acontecer permitiria a criação de mais cinco mil postos de trabalho num ano.