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McDonald’s admite que 90% dos funcionários no Reino Unido tem trabalho e vencimento instáveis
A cadeia de “fast food” McDonald’s admitiu, no Reino Unido, que 90% dos seus funcionários têm contratos de “zero horas”, sem garantia de trabalho e com um rendimento instável.
O McDonald’s é potencialmente o maior empregador privado no Reino Unido de funcionários com contratos precários, segundo noticia o “The Independent”. Cerca de 82.800 trabalhadores da cadeia norte-americana presente no Reino Unido, num total de 92.000, não têm trabalho garantido ou um salário estável.
Esta política controversa requer que os funcionários estejam disponíveis para trabalhar quando seja preciso, visto terem um contrato de zero horas semanais. Isto significa que a cadeia de “fast food” não tem qualquer obrigação de lhes arranjar trabalho ou de lhes pagar um salário fixo.
Este modelo contratual permite que o McDonald’s não pague à maioria dos seus funcionários durante uma grande parte do ano, assegurando, contudo, que estes se encontram disponíveis para trabalhar sempre que seja necessário.
Os políticos britânicos reagiram a esta confissão da empresa, pedindo-lhe que ofereça aos seus funcionários novos contratos com um mínimo de horas garantidas.
Andy Sawford, membro do partido trabalhista britânico, afirmou ao “The Guardian” que o McDonald’s “deveria debruçar-se sobre este assunto. Alguns empregados trabalham 20 ou 30 horas por semana e é irresponsável não oferecer um contrato a essas pessoas”.
O porta-voz da do McDonald’s veio a público dizer que todos os trabalhadores, aquando do processo de recrutamento, têm a oportunidade de dizer em que dias querem trabalhar. “Nunca pedimos às pessoas para estarem sempre disponíveis. Muitos dos nossos trabalhadores são pais ou estudantes que estão à procura de algo flexível, que pague os seus compromissos”.