O grupo Martifer vendeu o centro comercial Ferrara Plaza, localizado em Paços de Ferreira, à Imorendimento - Sociedade Gestora de Fundos de Investimento Imobiliário, confirmou o Jornal de Negócios junto de ambas as partes, que não quiseram adiantar o valor do negócio.

O grupo de Oliveira de Frades detinha, através da Promoquatro (sociedade controlada em partes iguais com o Finibanco), 75% do "shopping". Os restantes 25% estavam nas mãos de um parceiro local, António Santos.

Resultante de um investimento de 60 milhões de euros, o Ferrara Plaza abriu há apenas oito meses e ainda não singrou no mercado. Com capacidade para cerca de 125 lojas, o espaço nunca foi totalmente comercializado. Pior: algumas já fecharam e outras ameaçam seguir pelo mesmo caminho. Os números relativos a visitas e a volume de vendas estão abaixo das expectativas.

A situação poderá entretanto agravar-se face à concorrência da sueca Ikea, que abriu, na passada terça-feira, uma megaloja em Matosinhos (também num investimento de 60 milhões de euros), a poucos quilómetros de Paços de Ferreira. É que o Ferrara Plaza obedece a um conceito temático, tendo destinado um andar (com uma área de exposição de 6.500 metros quadrados) ao mobiliário, decoração e casa.

Totalizando 29.500 metros quadrados de área bruta locável, trata-se da primeira grande superfície comercial não só da apelidada "Capital do Móvel" como de todo o Vale do Sousa. Tem como lojas-âncora um hipermercado Carrefour e cinco salas de cinema.

A Imorendimento tem sede no Porto e é controlada por um dos ramos da família Oliveira, de Famalicão, que detém o grupo Olinveste. Deste universo empresarial fazem parte a têxtil Riopele, a representação da Jaguar e as insígnias de vestuário Vicri e Clube Chocolate.

O Ferrara Plaza foi o primeiro centro comercial promovido pela Martifer, grupo recém-entrado na Bolsa e cuja estratégia assenta precisamente, entre outros sectores, no desenvolvimento da área de retalho imobiliário. Neste capítulo, em Portugal e no Leste europeu, tem em curso uma série de projectos de construção de centros comerciais, "retails parks" e centros logísticos, num investimento estimado em 500 milhões de euros.