O Banco Finantia registou, em 2002, um resultado líquido de 20,9 milhões de euros, o que se traduziu num crescimento de 17,4% em relação ao ano anterior. O lucro por acção subiu de 0,25 euros para 0,30 euros, ou seja, mais 20%.

Segundo adiantou António Guerreiro, presidente do Banco Finantia, numa apresentação aos jornalistas no Brasil, o dividendo a distribuir aos accionistas será de 15 cêntimos por acção, superior em 13% relativamente a 2001.

No entanto, os resultados operacionais registaram, no ano passado, um crescimento menor. Em 2002, esta rubrica fixou-se em 19,7 milhões de euros, contra 18,6 milhões de euros no exercício anterior, o que conduziu a uma variação positiva de 6%.

Esta diferença entre a «performance» dos resultados operacionais e a dos resultados correntes é justificada, por António Guerreiro, pela ocorrência de resultados extraordinários, no montante de 3,1 milhões de euros, bem como pela constituição de um «volume significativo de provisões».

Os 3,1 milhões de euros de resultados extraordinários correspondem a operações de recuperação de créditos, entre outras, sendo que a parte mais significativa diz respeito à valorização das acções da Euronext, logo após a integração da Bolsa portuguesa naquela plataforma pan-europeia.

Da actividade do grupo em 2002, o presidente do Banco Finantia destacou a contribuição de Espanha - lucros de 1,3 milhões de euros -, que deverá manter, no futuro, um ritmo de crescimento acelerado.

No mercado espanhol, o grupo marca presença nas áreas de gestão de activos, «private banking» e financiamento automóvel. Em relação a este último segmento de mercado, o objectivo é «no espaço de quatro anos, ter uma posição no mercado espanhol, igual, em termos absolutos, à registada em Portugal», sublinhou António Guerreiro.

Em Portugal, a produção nova do Banco Finantia Sofinloc, em 2002, totalizou 246 milhões de euros, enquanto em Espanha se fixou nos 36 milhões de euros.

Banco Finantia atento a aquisições

Para além de uma estratégia assente no crescimento orgânico, o Banco Finantia mantém-se atento a eventuais aquisições que permitam ganhos de dimensão mais rápidos no mercado espanhol. No entanto, o presidente do grupo escusou-se a revelar detalhes sobre eventuais operações.

O Brasil é outro dos mercados de eleição do Banco Finantia. Nos primeiros três meses de 2003, a instituição portuguesa foi responsável pela colocação de 550 milhões de dólares (511,08 milhões de euros) de emissões de dívida de mercado primário, o que corresponde a cerca de 20% do montante emitido no Brasil durante este ano. No ano passado, o Banco Finantia colocou emissões no montante de 220 milhões de dólares (204,43 milhões de euros).

Por Sílvia Oliveira, em São Paulo.

A jornalista viajou a convite do Banco Finantia.