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Lucros da Mota-Engil crescem 43,5% em 2004 (act)

Os lucros da Mota-Engil avançaram 43,5% para os 22,1 milhões de euros em 2004. Os proveitos operacionais também evoluíram positivamente, assim como o EBITDA. A empresa reduziu a dívida líquida em 34 milhões de euros e a carteira de encomendas manteve-se n

15 de Março de 2005 às 09:40
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Os lucros da Mota-Engil avançaram 43,5% para os 22,1 milhões de euros em 2004. Os proveitos operacionais também evoluíram positivamente, assim como o EBITDA. A empresa reduziu a dívida líquida em 34 milhões de euros e a carteira de encomendas manteve-se nos 1,8 mil milhões de euros, segundo um comunicado enviado à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM)

Os analistas do Banco BPI esperavam que os lucros da Mota-Engil [egl] ascendessem aos 19,6 milhões de euros em 2004, o que representaria um crescimento de 27% face a 2004.

Os proveitos operacionais avançaram 16,8% para os 1,22 mil milhões de euros, o que compara com os 1,1 mil milhões registados em período homólogo. «O segmento de construção assume um peso nos proveitos operacionais do grupo superior a 90%, com tendência, no entanto, para uma continuada diluição a favor, sobretudo, do crescente segmento de ambiente e serviços», de acordo com o comunicado da construtora.

O crescimento da actividade deve-se ao «ao aumento do volume de obra realizado no mercado interno» e ao «volume de negócios alcançado nos mercados da Europa Central» que registou um «forte impulso», segundo a mesma fonte.

«Apesar do forte ritmo de produção em 2004, a carteira de encomendas mantém-se estável, em níveis elevados, próximos dos 1,8 mil milhões de euros». O grupo anunciou que «olha com bastante atenção o novo projecto nacional de construção de linhas rápidas de ferrovias, projecto que se espera seja alvo de implementação a breve trecho e no qual iremos procurar uma participação relevante».

O EBITDA cresceu 8,5% em 2004 para os 130 milhões de euros, com uma quebra da margem de 11,4% registada em 2003 para os 10,6% no último ano.

Os números foram afectados pelo aumento dos custos da empresa devido à redução de pessoal.

«Se excluíssemos este efeito, cerca de 5,5 milhões de euros, concluiríamos, que a margem EBITDA ficaria ao nível da de 2003 e o EBITDA em valor seria de cerca de 135 milhões de euros», afirma o comunicado. Os custos com o pessoal aumentaram cerca de 15%.

A dívida líquida diminuiu em 34 milhões de euros quando comparada com o ano anterior totalizando os 410 milhões de euros.

A Mota-Engil registou ainda um custo extraordinário de 3,2 milhões de euros, «referente a despesas incorridas com um projecto de concessão rodoviária na Irlanda, e que, devido ao desfecho do concurso ter sido negativo para o grupo se tornaram não recuperáveis».

«A rendibilidade do activo aumentou 18,2% entre 2003 e 2004 (de 4,6% para 5,5%), sendo ainda mais significativo o crescimento da rendibilidade dos capitais próprios (ROE) que passou de 6,8% em 2003 para 10% em 2004».

Construção contribuiu com 1,07 mil milhões em vendas

O segmento de construção evoluiu positivamente em parte influenciado pelas «obras realizadas em auto-estradas concessionadas a empresas associadas do grupo, que por força das vicissitudes e dos atrasos ocorridos nos últimos anos, foram executadas em pleno período de quebra da procura no sector», segundo comunicado.

O volume de negócios da construção ascendeu aos 1.068,8 milhões de euros repartidos entre o mercado nacional e internacional.

A área de construção nacional contribuiu para o volume de negócios do grupo com cerca de 813,8 milhões de euros.

O mercado nacional beneficiou das do projecto de ampliação da aerogare do Aeroporto Sá Carneiro, de trabalhos de infra-estruturas ferroviárias, «nomeadamente nas obras realizadas no âmbito da concessão do Metro do Sul do Tejo, Linha Vermelha do Metropolitano de Lisboa e várias obras para a Refer».

A empresa salienta os «investimentos realizados pela Ferrovias que a colocam em posição de se candidatar à execução de troços das infra-estruturas para o projecto de TGV».

A actividade internacional da área de construção contribuiu para o volume de negócios de cerca de 255 milhões de euros. «A carteira de negócios da construção internacional ascende a cerca de 575 milhões de euros dos quais 251 milhões de euros a efectuar na Europa de Leste e 144 milhões de euros a realizar em Angola», de acordo com o comunicado.

«Na actividade internacional da área de construção assistiu-se, durante este exercício, à ascensão ao primeiro lugar em termos de volume de negócios do mercado da Europa de Leste em detrimento do mercado Angolano».

A empresa refere ainda o início da actividade na Eslováquia em 2004 depois de ter constituído uma empresa local.

Metalomecânica reorganiza-se e aumenta as vendas em 29%

O segmento da metalomecânica cresceu, ao nível do volume de negócios, cerca de 29% atingindo cerca de 147 milhões de euros, segundo a empresa que em 2004 procedeu à reorganização do grupo Martifer com a «constituição da Martifer SGPS, que agregará todas as participações deste segmento de negócio».

«Em consequência da estratégia definida, de diversificação do Grupo Martifer, foi constituída a Martifer Energia, que desenhou, executou e instalou uma inovadora unidade industrial para produção de torres eólicas, num investimento que ascendeu a, aproximadamente, 11 milhões de euros», adianta o mesmo comunicado.

A actividade internacional «continua a desenvolver-se conforme previsto, tendo a Martifer Polska atingido já o ‘breakeven point’, com um volume de negócios de cerca de 6 milhões de euros. A Martifer Espanha obteve também bons resultados com um crescimento de 7,5% dos proveitos operacionais».

No segmento de ambiente e serviços a empresa registou uma melhoria em todas as unidades registaram aumentos dos proveitos operacionais.

Os proveitos da recolha de resíduos sólidos urbanos cresceram 10,4% para os 64 milhões de euros, no abastecimento de água e saneamento o aumento foi de 18,3% para os 12,9 milhões de euros.

Na área de imobiliário e turismo a evolução foi negativa, registando um nível de proveitos operacionais «bastante reduzido, cerca de 5,7 milhões de euros, contribuindo negativamente, quer para o EBIT, quer para o resultado líquido do grupo», avançou a Mota-Engil.

Concessão de transportes regista um investimento de 74,6 milhões em 2004

«Dado que todas as concessões estão ainda em fase de desenvolvimento, não estão ainda a gerar contributos para o grupo. De referir que o investimento já efectuado pelo grupo em todas as concessões a si atribuídas ascende a cerca de 74,6 milhões de euros», refere o comunicado.

Na concessão de transportes o ano 2004 foi marcado, em Portugal, «pela abertura de dois concursos para atribuição de concessões rodoviárias (Grande Lisboa e Douro Litoral), para os quais os consórcios LusoLisboa e LusoPorto, liderados pela Mota-Engil, apresentaram propostas».

«A nível internacional, os mercados da Europa Central e do Leste, região estrategicamente definida pela empresa como prioritária para o desenvolvimento do negócio das concessões, não tiveram um desenvolvimento tão acelerado quanto se podia esperar, sobretudo devido a atrasos na introdução da legislação indispensável para a implementação de Parcerias Ppúblico-Privadas e às indefinições sobre as políticas a adoptar nesta área», concluiu o comunicado.

As acções da Mota-Engil somavam 0,83% para os 2,44 euros.

 

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