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Lucros da Sonae caem 16% mas superam expetativas do mercado
A Sonae registou 88 milhões de euros de lucro nos primeiros nove meses deste ano, uma quebra de 16,2% face a igual período de 2018. A queda, que se deve à ausência de resultados extraordinários, foi inferior à descida de 19% que a maioria dos analistas antecipava.
Os lucros ficaram acima das estimativas dos analistas, que de acordo com a média de quatro bancos de investimento, apontava para resultados líquidos de 85 milhões de euros.
O volume de negócios ascendeu a 4.635 milhões de euros entre janeiro e setembro, uma subida homóloga de 10,2%, enquanto o EBITDA subjacente cresceu 23,5%, alcançando os 402 milhões de euros. Os analistas apontavam para receitas de 4.657 milhões de euros e um EBITDA subjacente de 393 milhões de euros.
A empresa justifica a forte subida no EBITDA com a "melhoria da Sonae MC e da consolidação dos resultados da Sonae Sierra".
A empresa destaca ainda o volume de investimento, que se cifrou em 275 milhões de euros, com realce para a aquisição pela Sonae MC "da rede de parafarmácias e cosmética espanhola Arenal e da Sonae IM na aquisição de participações na Cellwize, CB4 e Daisy Intelligence". "No que diz respeito ao capex de expansão, a Sonae MC continua o seu programa de expansão, tendo realizado a abertura de 58 novas lojas operadas pela empresa", assinala ainda.
A dívida líquida, em base comparável, diminuiu em 113 milhões de euros face ao final de setembro do ano passado.
Sonae MC fatura mais 9,5%
Na área do retalho alimentar, a Sonae MC aumentou em 9,5% o volume de negócios nos primeiros nove meses do ano, para os 3.427 milhões de euros. As vendas "like for like" (em lojas já existentes) registaram um crescimento de 3,4%.
Desde o início do ano, a Sonae MC abriu 58 novas lojas, entre as quais nove lojas Continente Bom dia e duas lojas Continente Modelo. Também a aquisição da rede de parafarmácias e cosmética espanhola Arenal contribuiu para o aumento na faturação.
O EBITDA subjacente da Sonae MC cresceu 13,7% nos primeiros nove meses do ano, passando de 299 para 340 milhões de euros.
A Worten, rede de retalho eletrónico do grupo, registou 744 milhões de euros de volume de negócio até setembro, o que representa um recuo de 1,2% face a igual período em 2018.
A Sonae justifica esta evolução com a "evolução negativa das categorias sazonais em agosto, devido sobretudo às temperaturas atipicamente baixas na Ibéria e ao programa de ajustamento da operação de Espanha em curso". Nesse sentido, desde o início do ano foram encerradas 11 lojas Worten no país vizinho, duas das quais já em novembro, e foi completada " uma otimização adicional dos custos na sede local".
A empresa destaca ainda o forte crescimento das vendas online, que foi de quase 50% em termos trimestrais, assinalando que no segundo trimestre foi lançado o marketplace em Espanha, reforçando a presença da Worten em termos de "e-commerce" no país.
"Joint-venture" no retalho desportivo já contribui com sete milhões
O Iberian Sports Retail Group (ISRG), uma "joint-venture" da Sonae com a JD Sports e na qual o grupo português detém 30%, registou 501 milhões de euros de faturação, uma subida de 15,5%.
O desempenho do ISRG, que agrega as cadeias Sport Zone, JD, Sprinter e Size, foi impulsionado pela evolução da JD e da Sprinter, assinala a Sonae. A empresa refere ainda que "as lojas remodeladas da Sport Zone estão também a mostrar resultados muito positivos".
Desta forma, o resultado do método de equivalência patrimonial incluído nas contas da Sonae atingiu os sete milhões de euros, uma subida de 9,9 milhões face aos -2,9 milhões de euros registados nos primeiros nove meses do ano passado.
Lucros duplicam no terceiro trimestre
Os lucros da Sonae no terceiro trimestre mais do que duplicaram, passando de 24 para 50 milhões de euros, sublinha a empresa. Esta evolução traduz "o crescimento das vendas e da rentabilidade operacional, bem como as mais valias relacionadas com a gestão ativa do portefólio". A Sonae registou mais valias de 4 milhões de euros graças à "transação da WeDo e a operações de sale & leaseback".
O volume de negócios entre julho e setembro ascendeu a 1.674 milhões de euros, o que representa uma subida homóloga de 8,8%, enquanto o EBITDA subjacente cresceu 21,1%, para 162 milhões de euros, "beneficiando sobretudo de uma melhoria da Sonae MC e da consolidação dos resultados da Sonae Sierra".
Esta evolução do EBITDA subjacente "juntamente com um contributo superior dos negócios que consolidam pelo método de equivalência patrimonial, permitiu um crescimento de 41,2% do EBITDA no terceiro trimestre, para 206 milhões de euros, e de 20,9% nos nove meses, para 485 milhões de euros. Este aumento nos resultados do método de equivalência patrimonial foi fortemente impulsionado pela melhoria de desempenho da ISRG", assinala a empresa.
(Notícia atualizada com mais informação às 20:12)