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Lucro do Crédito Agrícola desliza 95% para 2 milhões de euros em 2013

Grupo atribui quebra do resultado líquido ao reforço de provisões e à descida das Euribor, que penalizou a margem financeira. O Crédito Agrícola continua a dar mais depósitos do que receber mais créditos mas quer conceder mais empréstimos. Faltam é bons projectos, diz a presidência.

Sofia Henriques
29 de Abril de 2014 às 11:20
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O Crédito Agrícola apresentou, em 2013, um lucro vinte vezes inferior ao registado no ano anterior. O resultado líquido ficou-se pelos 2 milhões de euros, o que compara com os 41 milhões de 2012.

 

Numa apresentação aos jornalistas, na sede em Lisboa, o presidente do grupo cooperativo, Licínio Pina, atribuiu este resultado ao facto de as taxas interbancárias Euribor terem tocado em mínimos históricos em 2013.

 

A evolução das Euribor (definidas diariamente por um grupo de bancos internacionais para referência nas suas operações) acabou por prejudicar a margem financeira do (Sistema Integrado do Crédito Agrícola Mútuo, o sistema que reúne a actividade da Caixa Central e das 83 Caixas Associadas).

 

Este indicador, que serve de base aos resultados dos bancos tendo em conta que corresponde à diferença entre juros cobrados nos créditos e juros pagos nos depósitos (muitos deles indexados a Euribor), resvalou 21,1% para os 251 milhões de euros. Em 2012, a margem financeira tinha alcançado os 318 milhões de euros.

 

Além deste factor, o lucro da instituição financeira especializada no segmento rural sentiu o impacto do reforço das provisões extraordinárias. “Poderia não as guardar e aportar aos resultados, mas não. É uma reserva para o futuro, que nos garante sustentabilidade”, explicou o presidente executivo do Crédito Agrícola. Estas provisões extraordinárias vêm sendo acumuladas nos últimos anos, tendo sido acrescentados 20 milhões de euros em 2013, totalizando cerca de 100 milhões de euros acumulados.

 

Apesar do deslize da margem do banco, o produto bancário – equivalente às receitas obtidas – até subiu de 465 milhões para 473 milhões de euros, não impedindo a quebra do resultado líquido para os 2 milhões de euros.

 

Créditos representam 80% dos depósitos; banco quer chegar aos 90%

 

Entre os principais indicadores, e olhando para a liquidez, o grupo continua a apresentar uma postura conservadora, optando por receber mais depósitos do que conceder créditos.

 

“O valor dos depósitos dos clientes manteve-se estável (0,3% acima do verificado em 2012), tendo sido o valor absoluto de 10.210 milhões de euros. No que concerne ao crédito, e numa altura em que se verificou uma retracção do financiamento, verificou-se uma quebra de 2% para os 8.199 milhões de euros concedidos a clientes”, aponta o comunicado de apresentação de resultados.

 

O rácio de transformação (que mede os créditos face aos depósitos) fixou-se em 80,3% no final do ano passado, uma quebra face aos 82,2% registados um ano antes. “Se tivéssemos um rácio de transformação em 90% [em 2014] era bem bom”, comentaram Licínio Pina e Renato Feitor na apresentação de resultados, acrescentando que a posição continuaria a ser confortável com esse número.

 

Por que já não se fez isso em 2013? “Não há projectos de bom crédito”, justificaram os administradores.

 

Em termos de solvabilidade, o rácio Core Tier 1 (que mostra a solidez financeira) melhorou de 11,6%, em 2012, para 11,9% no ano passado.

 

 

(Notícia actualizada com mais informações às 12h11)

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