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Kraft Heinz vai corrigir três anos de resultados devido a irregularidades
As irregularidades contabilísticas detetadas tiveram um impacto de 244 milhões de euros no EBITDA desde 2016.
A Kraft Heinz, que a partir de 1 de julho vai ser liderada pelo português Miguel Patrício, anunciou esta segunda-feira que já concluiu a investigação às práticas contabilistas da companhia, que vão resultar numa revisão das contas de 2016, 2017 e dos três primeiros trimestres do ano passado.
Esta investigação surgiu depois de um processo interposto pelo regulador norte-americano (Securities and Exchange Commission), que levou a empresa a realizar uma investigação e a adiar a apresentação do relatório e contas de 2018 e as contas do primeiro trimestre deste ano.
Num comunicado ao mercado, a Kraft Heinz anunciou que a investigação apurou que existiu nos últimos anos uma má conduta de vários trabalhadores na contabilidade, que originou um aumento dos custos dos produtos fabricados.
As irregularidades contabilísticas tiveram um impacto de 244 milhões de euros no EBITDA desde 2016, pelo que a empresa diz que não têm impacto material significativo, ficando abaixo de 2% nos lucros por ação de cada ano.
Ainda assim este caso representa mais um fator negativo para a companhia detida pela Berkshire Hathaway de Warren Buffett e dos brasileiros da 3G, que em fevereiro registaram uma imparidade de 15,4 mil milhões de dólares para refletir a perda de valor de vários dos seus produtos.
Num dia fortemente negativo nos mercados acionistas, as ações da Kraft Heinz descem 2,6% no mercado que funciona antes da abertura da sessão regular em Wall Street.
Miguel Patrício, gestor português que trabalhava na Anheuser-Busch InBev (AB InBev), foi o escolhido pelos acionistas da fabricante do ketchup Heinz para dar a volta à empresa.