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Indústria de chips teme impacto da inteligência artificial na explosão do uso de eletricidade
Uma enxurrada de novos dispositivos a conectar-se à internet tem gerado mais dados e aumentado a necessidade de poder computacional com inteligência artificial.
25 de Julho de 2020 às 19:00
O crescente uso da inteligência artificial (IA) vai provocar um preço alto em energia a menos que a indústria de chips intervenha, de acordo com uma das maiores empresas do setor.
Os centros de dados estão a caminho de consumir 15% da eletricidade do mundo até 2025, de acordo com a Applied Materials, a maior fabricante mundial de equipamentos para chips. Atualmente, estes armazéns gigantes de computadores sugam cerca de 2%, informou a empresa.
Uma enxurrada de novos dispositivos a conectar-se à internet tem gerado mais dados e aumentado a necessidade de poder computacional com inteligência artificial, de forma a fazer sentido das novas informações. Os fabricantes de chips, a maioria dos quais utiliza máquinas da Applied, tornaram os seus componentes eletrónicos mais eficientes em termos de energia, mas não o suficiente, de acordo com Dickerson. A indústria precisa criar novos designs personalizados, adaptados ao processamento de IA e novas maneiras de conectar esses chips, afirmou ainda.
As espessuras nos minúsculos circuitos que dão aos chips as suas funções são medidas em bilionésimos de metro. Mas para mover e armazenar dados rapidamente exigem grandes quantidades de energia. O processador Xeon da Intel pode consumir mais de 200 watts, tanto quanto uma TV antiga. Colocando milhares destes processadores próximos, e juntando-os a todos os outros componentes necessários para criar um servidor e o consumo de eletricidade aumentará.
O CEO da Applied prometeu reduzir o consumo de energia da empresa e inovar nos conceitos básicos de fabrico e materiais para ajuda os seus clientes a produzir componentes mais eficientes.
A Applied passará a utilizar 100% de energia renovável e reduzirá sua pegada de carbono em 50% nos próximos 10 anos, prometeu Dickerson. Mesmo mudanças relativamente simples nas práticas podem ajudar, afirmou. Levar um engenheiro dos EUA para a Ásia e voltar gera cerca de 2 toneladas de dióxido de carbono. A Applied aprendeu, durante a pandemia de Covid-19, como melhorar a pesquisa e desenvolvimento remotos e o suporte ao cliente, acrescentou o responsável, tornando menos necessárias viagens deste tipo.