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Inapa agrava perdas em 2020 para 15,5 milhões
A empresa liderada por Diogo Rezende agravou as perdas em 2020, por força da pandemia. Já as vendas recuaram 1,5%.
A Inapa reportou um aumento de 11,3% dos prejuízos em 2020, para 15,5 milhões de euros, contra perdas de 4,1 milhões um ano antes.
Este resultado líquido negativo foi "fortemente impactado pela contabilização de 11,6 milhões de euros de custos não recorrentes ligados à restruturação das operações, com especial incidência da fusão das operações na Alemanha após aquisição da Papyrus Deutschland", sublinha a empresa no comunicado das contas divulgado junto da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
"A evolução da atividade em 2020 reflete, por um lado, o contexto setorial, com um impacto significativo do surto pandémico Covid-19 e das medidas de confinamento na atividade da generalidade das subsidiárias do frupo Inapa, e por outro, o impacto positivo da aquisição da Papyrus Deutschland, cuja integração teve efeitos a partir de 1 de Agosto de 2019", diz.
Refletindo estes dois efeitos, as vendas consolidadas foram de 1.015,5 milhões de euros, um decréscimo de 1,5% face a 2019 (1.030,08 milhões).
"De referir que em 2020 obtivemos um ganho expressivo de quota de mercado no sector da distribuição de papel, com as vendas a totalizaram 913 mil toneladas, um crescimento de 2,9% face a 2019", salienta a Inapa.
Já o EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) caiu 40,8%, em termos homólogos, para os 15,8 milhões de euros. O Ebitda recorrente situou-se em 27,4 milhões de euros, 0,9 milhões abaixo de 2019.
"O ano de 2020 foi dos mais desafiantes que a Inapa enfrentou nos seus 55 anos de história. A pandemia causada pela Covid-19 teve um impacto muito significativo no consumo de papel de escrita e gráfico, que de acordo com o Eurograph sofreu uma retração de 20% na Europa Ocidental face ao ano de 2019", frisa o comunicado da empresa liderada por Diogo Rezende (na foto).
Depois de um segundo trimestre em que a queda foi de 38%, observou-se um progressivo aumento da atividade, limitado no entanto pelo surgimento de uma segunda vaga no fim do ano que não permitiu uma recuperação tão forte quanto inicialmente previsto, acrescenta.
Em 2020 "devemos destacar a fusão das operações da Papyrus Deutschland na Papier Union, sob o novo nome de Inapa Deutschland. A consolidação desta atividade após a aquisição efetuada em Agosto de 2019 permitiu que a Inapa obtivesse um importante ganho de quota de mercado, limitando a 1% a diminuição de faturação, superando novamente em 2020 a fasquia dos mil milhões de euros de volume de negócios".
"Relativamente à otimização da distribuição de papel, concluímos o processo de sinergias decorrentes da aquisição da Papyrus França, tendo fechado as instalações em Tremblay e Pantin. Na Alemanha, com a fusão da Papyrus Deutschland e da Papier Union, avançámos significativamente na implementação do plano de sinergias, com o fecho de diversas localizações e redimensionamento das equipas", destaca o comunicado das contas.
A Inapa refere ainda que prosseguiu a trajetória de redução da dívida líquida do grupo, que se situou em 315 milhões de euros (incluindo efeitos IFRS16), uma redução de 22 milhões de euros face a dezembro de 2019, tendo simultaneamente reduzido o peso da dívida corrente (excluído trade finance), de 25% para 14% da dívida bruta total.