A Iberdrola está interessada em voltar como comercializador ao mercado português. Além da electricidade, a eléctrica espanhola tem agora planos para também vender gás natural em Portugal.

O presidente da Iberdrola Portugal, Pina Moura, afirmou hoje que “vamos iniciar a comercialização logo que existam condições competitivas nos mercados liberalizados de gás e electricidade”, sem se comprometer com prazos. O responsável lembrou que a Iberdorla esteve como comercializadora de electricidade no mercado liberalizado de electricidade português entre 2004 e meados de 2006 tendo mesmo atingido uma quota de 12%.

Pina Moura disse estar à espera que estejam definidas melhores condições regulatórias. Defendendo o fim das tarifas reguladas para a generalidade dos consumidores, o gestor pretende a criação de uma tarifa social assegurada pelo comercializador de último recurso para os segmentos populacionais mais carenciados. “Os custos de produção têm de ser reflectidos o mais possível”.

Neste momento, a Iberdrola “tem uma actividade residual ainda com ainda alguns cliente no segmento industrial”.

Investimento de dois mil milhões para ser segundo produtor em Portugal

Do lado da produção, a Iberdrola ambiciona chegar ao segundo lugar no mercado nacional. Para isso, a empresa está a investir perto de dois mil milhões de euros, metade dos quais em hídricas. A Iberdola ganhou a construção e exploração do aproveitamento hídrico do Tâmega que pressupõe a construção de 4 barragens.

A expectativa da empresa, que pagou ao Estado um prémio de 303 milhões de euros para ficar com esta concessão, é de que as barragens comecem a produzir entre 2012 e 2018.

Os cerca de mil milhões de euros restantes estão a ser investidos pela Iberdrola numa central de ciclo combinado a gás natural na Figueira da Foz (850 MW) e em 250 MW de eólicas, 50 MW dos quais já estão em produção. Pina Moura garantiu ainda que a central de ciclo combinado vai começar a produzir até ao final de 2010.