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Hotéis têm quartos secretos para hóspedes VIP

A privacidade não é o único motivo para não anunciar um quarto, nem no site do próprio hotel nem em sites parceiros, como Booking.com. Às vezes, trata-se de proteger o seu bem mais valioso.

22 de Julho de 2018 às 15:00
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O Retreat na Lagoa Azul – um refúgio com 62 suítes que fica semiescondido na paisagem acidentada dos arredores de Reiquejavique (capital da Islândia) – abriu há apenas três meses e já se tornou um dos lugares luxuosos mais badalados da Europa.

 

Junto às margens da lagoa com aquecimento geotérmico que lhe concede o nome, este hotel tem janelas que vão do chão ao tecto com vistas espetaculares para a rocha de lava, além de um spa que oferece massagens dentro da lagoa. E os hóspedes contam com um privilégio especialmente atractivo: acesso após o horário comercial a esse espectáculo da natureza, cujas águas estão repletas de pessoas nas horas "de ponta".

 

No entanto, dentro do retiro encontra-se um espaço extremamente exclusivo que poucos visitantes saberão que existe. Com dois andares e 195 metros quadrados, a suíte Blue Lagoon tem quase o triplo do tamanho de qualquer outra. Tem uma varanda privada com vista para a paisagem de lava, cozinha, sala de jantar e um quarto enorme com closet. O melhor de tudo é que a suíte tem seu próprio spa privado, com banho turco, sauna, lareira e uma área de banho privada dentro da lagoa.

 

O detalhe é que esta suíte luxuosa custa 10.500 dólares por noite, com uma estadia mínima de duas noites – e não aparece no site do hotel. Nenhuma fotografia, nenhuma descrição, absolutamente nada.

 

Suítes secretas

A suíte Blue Lagoon é uma espécie de cruzamento entre um número de telefone que não está na lista telefónica e um lugar reservado no teatro: não é possível encontrá-lo, a menos que se saiba de sua existência, e a reserva limita-se a convidados. Em hotéis de alto padrão em todo o mundo, esses quartos mantidos em segredo são comuns e os motivos de sua existência são tão variados quanto os quartos em si.

 

De acordo com Már Másson, director de marketing do hotel, a suíte Blue Lagoon foi planeada como o melhor refúgio possível. Para aqueles que querem passar despercebidos, uma entrada privativa e um heliporto nas proximidades permitem conexões particulares e discretas directamente do Aeroporto Internacional de Keflavík.

 

"Ninguém precisa de saber que você está lá", diz Másson. "A suíte não é visível para os outros hóspedes e não há nada que indique a sua existência".

 

Em perfeitas condições

A privacidade não é o único motivo para não anunciar um quarto, nem no site do próprio hotel nem em sites parceiros, como Booking.com. Às vezes, trata-se de proteger o seu bem mais valioso.

 

"Digamos que você tem uma suíte de luxo cuja diária custa 2.000 dólares", diz Stephen Brandman, veterano do sector de hospitalidade que administra a empresa de gestão Journal Hotels. "Você não quer que 10 pessoas se juntem e façam uma "vaquinha" de 200 dólares cada para poderem fazer uma festança. Pense nisso. Um bando de estudantes do ensino secundário poderia alugar uma penthouse para o baile de finalistas e, de repente, você teria um grande problema".

 

Bjorn Hanson, professor de hospitalidade da Universidade de Nova Iorque, concorda. "Quartos que contenham elementos frágeis - obras de arte, um piano de cauda Steinway -, onde o risco de desgaste é muito grande, serão mantidos em segredo", diz ele. "Eles não estarão disponíveis para o público em geral, serão concedidos apenas a clientes VIP", rematou.

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