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Hospital da Cruz Vermelha discute venda a 8 de junho

O Hospital da Cruz Vermelha é detido pela Cruz Vermelha Portuguesa e pela Parpública. A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa tem interesse em comprar estas participações.

O Hospital da Cruz Vermelha vai receber doentes sem que estes entrem nas instalações. A triagem será feita dentro do carro, através da janela, e os resultados chegam em sete minutos.
Duarte Roriz
21 de Maio de 2020 às 10:42
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A Assembleia Geral da Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) vai reunir-se no dia 8 de junho para discutir a venda do Hospital da Cruz Vermelha, detido a 45% pelo Estado, que tem "máxima urgência" em vender este ativo. A convocatória foi publicada esta quinta-feira, 21 de maio, em anúncio no jornal Público.

"Convoco a Assembleia Geral da Cruz Vermelha Portuguesa a reunir com caráter extraordinário, no próximo dia 8 de junho, segunda-feira, pelas 14.00 horas", pode ler-se no anúncio, assinado por Manuela Filipe, presidente da Assembleia Geral da CVP.

O ponto único da reunião será a "discussão para aprovação sobre a oportunidade de alteração da composição do capital social da Sociedade de Gestão Hospitalar, S.A./HCVP e de aceitação da sequente proposta de Acordo de Alienação da Componente Acionista da Cruz Vermelha Portuguesa", acrescenta o anúncio.

O Hospital da Cruz Vermelha é gerido por uma sociedade anónima de direito privado, detida em 54,97% pela CVP e em 45% pela Parpública, veículo do Estado que gere participações sociais. O restante capital é detido por privados.

Hoje, e numa altura em que o hospital tem 3,86 milhões de euros de prejuízos e outros 44 milhões de dívida acumulada, o Estado quer desfazer-se desta participação rapidamente, mas o processo tem sido atrasado, um cenário agravado devido à pandemia.

Isso mesmo indicou já a Parpública, no último relatório e contas, relativo ao exercício de 2019. "No caso da CVP-SGH, apesar de alguns aspetos positivos - como seja a entrada em funcionamento do Heart Center, que implicou um significativo esforço de investimento, e a ligeira recuperação das dívidas de clientes, quer nacionais, quer internacionais, como resultante de um claro esforço de programação, negociação e articulação coordenada por parte do representante da Parpública na administração - verificou em 2019 uma expressiva degradação das condições operacionais com reflexo direto na rentabilidade do negócio, agravado por uma total ausência de orientação estratégia, que, apesar das insistências da Parpública, acionista minoritária, a administração do hospital não foi capaz de ultrapassar", pode ler-se no relatório.

Neste cenário, a Parpública considera que "a salvaguarda da continuidade da sociedade da sociedade exige, com urgência, o reforço das competências de gestão e de visão estratégica, podendo mesmo vir a ser promovida uma alteração da estrutura acionista da sociedade que permita mobilizar os recursos e as competências necessárias".

Segundo noticiou o Expresso este mês, a Santa Casa da Misericórdia (SCML) será o comprador desta participação, tendo já concluído as "due diligences". A Parpública, por seu lado, confirmou ao semanário que as três partes (Estado, CVP e SCML) já chegaram a entendimento e estão a "trabalhar uma solução que já definida em conjunto com a máxima urgência". Segundo a Parpública, cabe agora à CVP esclarecer porque é que o processo continua a arrastar-se.

O Expresso revelou, ainda, que o cenário que está em cima da mesa prevê que a Santa Casa fique com parte do capital da CVP e da Parpública, com a possibilidade de vir a deter a totalidade da sociedade gestora.
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